De que vai valer seu carrão e todos os bens de muito valor quando uma garrafa de água valer uma fortuna?
De que vai valer aquela sua roupa de marca bem cara quando a economia do planeta entrar colapso?
Será que somente quando o planeta sofrer de escassez de alimentos você vai se lembrar de quanta comida é jogada fora?
Será que somente quando o planeta sofrer de escassez de água doce e potável é que você vai se lembrar do desperdício de água usada para “varrer” as calçadas?
Será que precisamos matar o futuro de nossos netos porque hoje somos capazes de olhar somente para lucros das empresas que não podem gastar um centavo em prol de proteger a natureza?
É hora de rever nossos valores...
De perceber como somos egoístas...
Ou será que somente quando acontece muita desgraça é que amadurecemos?
Recebi a mensagem abaixo de uma amiga que originalmente foi enviado por Luis Fernando Gigena, que compreendi ser uma vitima da enchente de Santa Catarina. No final do e-mail ele nos deixou esta linda mensagem...
Que possamos aprender com as experiências de nossos irmãos, para não precisarmos sofrer tanto para nos transformar!
Há alguns anos, numa grande enchente na Argentina um anônimo escreveu isto:
COMEÇAR DE NOVO
Eu tinha medo da escuridão
Até que as noites se fizeram longas e sem luz
Eu não resistia ao frio facilmente
Até passar a noite molhado numa laje
Eu tinha medo dos mortos
Até ter que dormir num cemitério
Eu tinha rejeição por quem era de Buenos Aires
Até que me deram abrigo e alimento
Eu tinha aversão a Judeus
Até darem remédios aos meus filhos
Eu adorava exibir a minha nova jaqueta
Até dar ela a um garoto com hipotermia
Eu escolhia cuidadosamente a minha comida
Até que tive fome
Eu desconfiava da pele escura
Até que um braço forte me tirou da água
Eu achava que tinha visto muita coisa
Até ver meu povo perambulando sem rumo pelas ruas
Eu não gostava do cachorro do meu vizinho
Até naquela noite eu o ouvir ganir até se afogar
Eu não lembrava os idosos
Até participar dos resgates
Eu não sabia cozinhar
Até ter na minha frente uma panela com arroz e crianças com fome
Eu achava que a minha casa era mais importante que as outras
Até ver todas cobertas pelas águas
Eu tinha orgulho do meu nome e sobrenome
Até a gente se tornar todos seres anônimos
Eu não ouvia rádio
Até ser ela que manteve a minha energia
Eu criticava a bagunça dos estudantes
Até que eles, às centenas, me estenderam suas mãos solidárias
Eu tinha segurança absoluta de como seriam meus próximos anos
Agora nem tanto
Eu vivia numa comunidade com uma classe política
Mas agora espero que a correnteza tenha levado embora
Eu não lembrava o nome de todos os estados
Agora guardo cada um no coração
Eu não tinha boa memória
Talvez por isso eu não lembre de todo mundo
Mas terei mesmo assim o que me resta de vida para agradecer a todos
Eu não te conhecia
Agora você é meu irmão
Tínhamos um rio
Agora somos parte dele
É de manhã, já saiu o sol e não faz tanto frio
Graças a Deus
Vamos começar de novo.
Ânimo
É hora de recomeçar, e talvez seja hora de recomeçar não só materialmente. Talvez seja uma boa oportunidade de renascer, de se reinventar e de crescer como ser humano.
Pelo menos é a minha hora, acredito.
Que Deus abençoe a todos.
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