quinta-feira, 12 de junho de 2014

C.S. Lewis – O amor é dinâmico como uma dança

C.S. Lewis – O amor é dinâmico como uma dança
 Extraído do livro: “Um ano com C.S. Lewis” - Ed. Ultimato
 Original do livro: “Cristianismo Puro e Simples” - Ed. Martins Fontes

Todo mundo conhece e está cansado de repetir a declaração cristã de que “Deus é amor”.Mas eles parecem não perceber que as palavras “Deus é amor” não têm sentido verdadeiro a menos que Deus contenha pelo menos duas pessoas. Amor é algo que uma pessoa tem por outra. Se Deus fosse um só, então ele não podia ter sido amor antes de o mundo ser criado. É claro que o que essas pessoas querem dizer quando falam que “Deus é amor” é bem diferente; elas querem dizer, na verdade, que “o amor é Deus”. Elas acreditam que a atividade viva e dinâmica do amor tem avançado em Deus para sempre e que ela criou todo o resto.
E essa, aliás, talvez seja a mais importante diferença entre o cristianismo e todas as demais religiões: no cristianismo Deus não é uma coisa estática – nem mesmo é uma pessoa só – e sim, uma atividade pulsante dinâmica, quase que uma espécie de peça de teatro. Ele é praticamente, se isso não for uma falta de reverência total, um tipo de dança.


[...]Muito bem, e o que importa tudo isso? Nada neste mundo é mais importante. Toda essa dança, ou peça dramática, ou característica dessa vida “tripessoal” deve realizar-se em nós. Colocando de uma outra forma: cada um de nós deve ter essa mesma característica, deve tomar parte nessa dança. Não há outro caminho que nos conduza à felicidade para a qual fomos feitos. Tanto as coisas boas como as ruins, você sabe, são contagiantes. Se você quer se aquecer, tem de ficar perto do fogo. Se quiser se molhar, tem que entrar na água. Se deseja alegria, poder, paz, e vida eterna, precisa se aproximar dessas coisas ou até daquilo que as possui. Não se trata de alguma espécie de prêmio que Deus pudesse, se assim o desejasse, simplesmente passar adiante para alguém. É uma grande fonte de energia e beleza que jorra a partir do centro da realidade. Se você estiver perto dessa fonte, a névoa úmida vai atingi-lo e o molhará; se ficar longe, se manterá seco. Uma vez unido a Deus, como um ser humano poderia não viver para sempre? Uma  vez separado de Deus, o que ele poderia fazer a não ser murchar e morrer?

Nenhum comentário:

Postar um comentário