quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

A cada escolha – Entendendo o mal


Extraído do livro: Um ano com C.S. Lewis – Ed. Ultimato.
Original do livro: Cristianismo Puro e Simples – Ed. Martins Fontes.

Muitas pessoas supõem que a moralidade cristã está relacionada a alguma barganha em que Deus diz: “Se você mantiver um monte de regrinhas, eu o recompenso; se não, nem queira imaginar”. Não acho que essa seja a melhor abordagem. Devo dizer que toda vez que fazemos uma escolha, transformamos a parte central de nosso ser, o departamento das escolhas, em algo um pouco diferente do que era antes. Se você tomar a vida como um todo, com todas as suas inúmeras escolhas, estamos transformando lentamente essa parte central numa entidade celeste ou numa criatura diabólica; em outras palavras, em uma criatura que está em harmonia com Deus, com outras criaturas, e consigo mesma, ou então em uma criatura que está em estado de guerra e ódio contra Deus, contra as criaturas irmãs e contra si mesmo. Ser o primeiro tipo de criatura é um Céu; isto é, significa alegria, paz, conhecimento e poder. Ser o segundo, significa loucura, horror, idiotice, raiva, impotência e solidão eterna. Todos nós estamos caminhando a cada momento para um estado ou para o outro. [...]

Lembre-se que, como eu disse, a direção certa não leva somente a paz, mas também ao conhecimento. Quando uma pessoa está melhorando, entende com clareza cada vez maior o mal que ainda está nela.

Quando está piorando, entende cada vez menos a sua própria maldade. Uma pessoa moderadamente má sabe que não é muito boa: uma pessoa totalmente má acha-se muito boa. Eis aí o verdadeiro senso comum. Você pode refletir sobre o sono quando estiver acordado, mas não enquanto estiver dormindo. Poderá identificar os erros da aritmética quando a sua mente está trabalhando de forma adequada; quando estiver fazendo cálculos errados, não conseguirá enxergá-los. Poderá entender a natureza da embriaguez quando estiver sóbrio, mas não, enquanto bêbado. As pessoas boas conhecem tanto o bem quanto o mal. As pessoas más não conhecem nenhum dos dois.

 

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