9. A Disciplina do Serviço
Havendo dado o exemplo de
servo perante eles, ele os chamou para o caminho do serviço. “Ora, se eu, sendo
o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos
outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós
também” (João 13:14,15). De certo modo, preferiríamos ouvir o chamado de Jesus
para negar pai e mãe, casas e terra por amor do evangelho, a ouvir sua ordem para
lavar pés. A autonegação radical dá uma sensação de aventura. Se abandonarmos
tudo, teremos até mesmo a possibilidade de um glorioso martírio. Mas no serviço
somos levados para o mundano, para o ordinário, para o trivial.
Na Disciplina do serviço há
também grande liberdade. O serviço capacita-nos para dizer “não!” aos
artifícios de promoção e autoridade do mundo. Ele acaba com nossa necessidade
(e desejo) de uma “ordem de importância”. Esta expressão é muito significativa,
muito reveladora. Como nos assemelhamos a galináceos! No galinheiro não há paz
até que fique claro quem é o mais importante, o menos importante, e quem fica
entre o poleiro de cima e o de baixo. Um grupo de pessoas não é capaz de estar
junto por muito tempo até que fique claramente estabelecida a “ordem de
importância”. Podemos vê-lo facilmente em situações tais como onde as pessoas
se assentam, como caminham em relação uns com os outros, quem sempre cede
quando duas pessoas falam ao mesmo tempo, quem fica atrás quando determinado
trabalho precisa ser feito e quem se prontifica a fazê-lo. (Dependendo do
trabalho, pode ser um símbolo de senhorio ou um símbolo de servidão.) Essas
coisas estão estampadas no rosto da sociedade humana.
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