Extraído do
livro: Um ano com C. S. Lewis – Ed. Ultimato
Original do
livro: Cristianismo Puro e Simples
Alguns
escritores usam a palavra caridade para descrever não apenas o amor cristão
entre seres humanos, mas também o amor de Deus pelo homem, bem como o amor do
homem por Deus. As pessoas muitas vezes ficam preocupadas em relação ao segundo
desses dois sentidos, pois somos ordenados a amar a Deus. Elas não conseguem
descobrir nenhum sentimento desse tipo em si mesmas. Então o que fazer?
Aja
como se amasse. Não fique aí sentado, tentando fabricar sentimentos
artificialmente. Pergunte-se a si mesmo: “Se eu tivesse certeza de que amo a
Deus, o que eu faria?” Quando você descobrir a resposta vá e faça (a coisa
certa).
De
uma maneira geral, o amor de Deus por nós é um assunto muito mais seguro para
se pensar do que o nosso amor por Ele. Ninguém é capaz de cultivar sentimentos
devotos sempre; e, mesmo se fôssemos capazes disso, é preciso considerar que os
sentimentos não são a preocupação principal de Deus.
O
amor cristão, tanto em relação a Deus quanto em relação ao homem, é uma questão
de vontade. Se nós quisermos fazer a
vontade d’Ele, teremos que obedecer ao mandamento: “Amarás ao Senhor teu Deus”.
Ele nos dará sentimentos de amor.
Nós
não somos capazes de criá-los por nós mesmos e não devemos exigí-los por
direito. Mas a grande coisa a lembrar é que, embora os nossos sentimentos sejam
inconstantes, seu amor por nós não o é. Ele não está cansado dos nossos pecados
ou da nossa indiferença; portanto, ele (o amor de Deus) é bastante rígido na
sua determinação de que sejamos curados desses pecados, custe o que custar para
nós e para ele.
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