Extraído do
livro: Um ano com C.S. Lewis – Ed. Ultimato
Original do
livro: O Problema do Sofrimento
Essas
exigências divinas, que mais parecem vindas de um tirano do que de um ser
amoroso, acabam nos guiando para onde desejaríamos ir SE SOUBÉSSEMOS O QUE
QUEREMOS.
Ele
reivindica o nosso louvor, nossa obediência, nossa reverência. Seria razoável
supor que essas coisas poderiam fazer algum bem a ele ou provocar-lhe medo, ou
como se diz no canto de Milton, a irreverência humana seria capaz de levar à
“diminuição da sua glória”?
Ninguém
é capaz de diminuir a glória de Deus recusando-se a louvá-lo, da mesma forma
que um lunático não é capaz de impedir o sol de nascer pichando a palavra
“escuridão” nas paredes de sua cela.
Mas
Deus DESEJA O NOSSO BEM, e o nosso bem é AMÁ-LO (com esse amor de gratidão,
próprio das criaturas). E para amá-lo, temos de CONHECÊ-LO; e se o conhecermos,
iremos de fato REVERENCIÁ-LO.
Do
contrário, daremos provas de que o que estamos tentando amar ainda não é a Deus
- por mais que essa pudesse ser a máxima aproximação de Deus que o nosso
pensamento e a nossa fantasia conseguissem alcançar.
No
entanto, nosso chamado não é só para a reverência e o temor, mas também para REFLETIRMOS
A VIDA DIVINA em uma participação de criatura nos atributos divinos que estão
muito além dos nossos desejos presentes.
Somos
convidados a nos “VESTIR DE CRISTO”, a nos tornarmos como Deus. Isto é, não
importa se gostamos ou não, Deus pretende nos dar o que necessitamos e não o
que supomos desejar agora. Mais uma vez, ficamos embaraçados pela extravagante
benevolência, por demasiado amor, e NÃO POR FALTA DELE.
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