quinta-feira, 25 de abril de 2013

C.S.Lewis – Reflexo da vida divina (Zoe)


Extraído do livro: Um ano com C.S. Lewis – Ed. Ultimato
Original do livro: O Problema do Sofrimento


Essas exigências divinas, que mais parecem vindas de um tirano do que de um ser amoroso, acabam nos guiando para onde desejaríamos ir SE SOUBÉSSEMOS O QUE QUEREMOS.

Ele reivindica o nosso louvor, nossa obediência, nossa reverência. Seria razoável supor que essas coisas poderiam fazer algum bem a ele ou provocar-lhe medo, ou como se diz no canto de Milton, a irreverência humana seria capaz de levar à “diminuição da sua glória”?

Ninguém é capaz de diminuir a glória de Deus recusando-se a louvá-lo, da mesma forma que um lunático não é capaz de impedir o sol de nascer pichando a palavra “escuridão” nas paredes de sua cela.

Mas Deus DESEJA O NOSSO BEM, e o nosso bem é AMÁ-LO (com esse amor de gratidão, próprio das criaturas). E para amá-lo, temos de CONHECÊ-LO; e se o conhecermos, iremos de fato REVERENCIÁ-LO.

Do contrário, daremos provas de que o que estamos tentando amar ainda não é a Deus - por mais que essa pudesse ser a máxima aproximação de Deus que o nosso pensamento e a nossa fantasia conseguissem alcançar.

No entanto, nosso chamado não é só para a reverência e o temor, mas também para REFLETIRMOS A VIDA DIVINA em uma participação de criatura nos atributos divinos que estão muito além dos nossos desejos presentes.
 

Somos convidados a nos “VESTIR DE CRISTO”, a nos tornarmos como Deus. Isto é, não importa se gostamos ou não, Deus pretende nos dar o que necessitamos e não o que supomos desejar agora. Mais uma vez, ficamos embaraçados pela extravagante benevolência, por demasiado amor, e NÃO POR FALTA DELE.

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