sexta-feira, 24 de abril de 2015

Prefácio à Carta de São Paulo aos Romanos, por Martinho Lutero p3


Por esta razão, no capítulo 2, São Paulo acrescenta que os judeus são todos pecadores e diz que somente os cumpridores da lei são justificados aos olhos de Deus. O que ele está dizendo é que ninguém é um cumpridor da lei pelas obras. Externamente, ele diz para eles, "Vocês ensinam que não se pode cometer adultério, e vocês cometem adultério. Vocês julgam outro de um certo assunto e se condena vocês próprios naquele mesmo assunto, porque vocês fazem todas as mesmas coisas ao qual vocês julgam ao outro." Isto é como se ele estivesse dizendo, "Externamente você vive propriamente nas obras da lei e julgam aqueles que não estão vivendo a mesma maneira, vocês sabem como ensinar a todo mundo. Você olha o argueiro no olho de outro mas não nota a trave que está no seu próprio."
Externamente, vocês tomam a lei com obras contrariado com o temor de punição ou amor pelo enriquecimento {ganho, lucro, acréscimo, vantagem}. Da mesma maneira, vocês fazem tudo sem o desejo espontâneo e amor à lei; vocês agem por aversão e força. Vocês deveriam viver de outra maneira se a lei não existisse. Segue-se, então, que vocês, no profundo do coração, são inimigos da lei. O que significa para vocês, por isso, em ensinar ao outro que não se deve roubar, quando vocês, no profundo do coração, são ladrões e seria um externamente também, se você tivesse coragem. (Com certeza, do outro lado as obras não permanecem por muito tempo com tanta hipocrisia.) Então assim, vocês ensinam aos outros mas não a vocês mesmos; vocês nem sabem ao certo o que estão ensinando. Vocês nunca estudaram a lei corretamente. Mais adiante, a lei faz aumentar o pecado, como São Paulo diz no capítulo 5. Isso porque a pessoa se torna mais e mais inimigos da lei, quanto mais ela demanda dele o que ele não pode possivelmente fazer.




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