segunda-feira, 27 de abril de 2015

Prefácio à Carta de São Paulo aos Romanos, por Martinho Lutero p6


Pecado nas Escrituras significa não somente as obras externas do corpo mas também todos aqueles movimentos dentro de nós que se ocupam eles mesmos de nos mover a fazer as obras externas, nominalmente, o profundo do coração com toda sua força. Por esta razão, a palavra realmente deve se referir a uma queda total de uma pessoa no pecado. Nenhuma obra externa do pecado acontece, após tudo isso, a menos que uma pessoa se entregue a si próprio a isso completamente, corpo e alma. Em particular, as Escrituras vêem no profundo do coração, para o fundamento e para a principal fonte de todo o pecado: incredulidade dentro do mais profundo do coração. Desta maneira, assim como a fé sozinha se faz justa e traz o Espírito e o desejo de fazer boas obras externas, então somente a incredulidade que peca e exalta a carne e traz o desejo de fazer obras externas do mal. É o que aconteceu a Adão e Eva no Paraíso (Cf Gênesis 3).
Isso é o porquê de somente a incredulidade é chamada de pecado por Cristo, como ele diz em João 16, "O Espírito punirá o mundo por causa do pecado, porque ele não crê em mim." Mais adiante, antes que as boas e más obras aconteçam, que são os frutos bons e ruins do coração, deve estar presente no coração tanto a fé ou a incredulidade, a fonte, mina e poder chefe de todo pecado. Isso é porque, nas Escrituras, a incredulidade é chamada de a cabeça da serpente e do antigo dragão os quais a semente da mulher, i.e. Cristo, deve esmagar, como foi prometido a Adão (cf. Gênesis 3). Graça e dom que se distinguem nessa graça atualmente denotam a bondade de Deus ou favor que Ele tem para nós e pelo que Ele está disposto a derramar Cristo e o Espírito com seus dons em nós, como se torna claro desde o capítulo 5, onde Paulo diz, "A graça e o dom estão em Cristo, etc." Os dons e o Espírito crescem diariamente dentro de nós, ainda que eles não são completos, desde que os desejos do mal e dos pecados permanecem em nós os quais guerreiam contra o Espírito, como Paulo diz no capítulo 7, e em Gálatas, capítulo 5. E Gênesis, capítulo 3, proclama a inimizade entre a semente da mulher e a semente da serpente. Mas a graça realmente faz muito isso: que nós somos considerados completamente justos diante de Deus. A graça de Deus não está dividida em pigmentos e pedaços, como são os dons, mas a graça nos levanta completamente ao favor de Deus, pelo benefício de Cristo, nosso intercessor e mediador, de modo que os dons são permitidos a iniciar suas obras em nós.



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