Extraído do
livro: O Problema do sofrimento
Se
o primeiro e mais baixo efeito do sofrimento rompe nossas ilusões de que tudo
esteja bem, o segundo quebra a ilusão de que o que temos, seja bom ou mau em si
mesmo, é só nosso e o suficiente para nós.
Todo
mundo já percebeu quão difícil é voltar os nossos pensamentos para Deus quando
tudo está indo bem conosco. É terrível dizer que temos “tudo o que queríamos”
se esse “tudo” não inclui Deus.
Consideramos
Deus uma interrupção. Como disse Santo Agostinho: “Deus quer nos dar de tudo,
mas não estará em condições de fazê-lo se as nossas mãos estiverem cheias –
nesse caso Ele não teria como enchê-las”.
Ou
como disse um amigo meu: “Referimo-nos a Deus como um piloto fala do seu
pára-quedas; ele está lá para um caso de emergência, mas o piloto espera nunca
precisar usá-lo”.
Agora
Deus, que nos criou, sabe o que somos e que a nossa alegria se encontra n’Ele.
Entretanto, nós não buscaremos isso n’Ele enquanto Ele nos deixar outro refúgio
em que haja alguma chance plausível de isso ser encontrado. Enquanto o que nós
chamamos de “nossa própria vida” nos parecer agradável, não estaremos nos
entregando a Ele. Assim, o que é que Deus poderia fazer por nós além de tornar
a nossa “própria vida” menos agradável para nós e privar-nos da fonte plausível
da falsa felicidade?
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