Livro:
Intimidade com o Todo Poderoso – p37
Autor:
Charles R. Swindoll
A
transformação da alma acontece
quando a
serenidade toma
o lugar da
ansiedade.
Na
solitude ocorrem lutas de que ninguém mais fica sabendo. Batalhas
profundas
são travadas nos momentos em que se está só, e raramente elas dão
subsídios
para sermões ou ilustrações de livros. Deus, que sonda os nossos
mais
profundos pensamentos nos períodos em que estamos em solitude, abre os
nossos
olhos para coisas que necessitam de atenção.
São nesses
momentos que ele nos faz conscientes daquelas coisas que
tentamos
esconder dos outros.
Henri
Nouwen descreve a solitude com palavras de ordem prática e
penetrantes:
Na
solitude eu me liberto de toda a minha armação: nada de
amigos com
quem conversar, nenhum telefonema para dar, nenhuma
reunião
para ir, nenhuma música para ouvir, nenhum livro para me distrair,
apenas eu — nu,
vulnerável, fraco, com pecado, sem nada para fazer,
quebrantado
— com mais nada. E esse nada que eu tenho que me
defrontar
na minha solitude, um nada tão aterrorizante que todo o meu ser
deseja
correr para junto de meus amigos, para o meu trabalho, para tudo o
que me
distrai, para que assim eu venha a esquecer esse meu nada e
passar a
crer que eu tenho algum valor. Mas isso não é tudo. Assim que
decido
permanecer na minha solitude, idéias confusas, imagens
perturbadoras,
incontroláveis fantasias e misteriosas associações de
pensamentos
atacam a minha mente tal como macacos atacam uma
bananeira.
A raiva e a avareza começam a mostrar as suas caras feias...
A minha
tarefa é então perseverar na minha solitude, ficando na
minha
célula até que todos os visitantes sedutores se cansem de bater em
minha
porta e deixem-me sozinho.
Se a
verdade fosse conhecida, a maioria de nós resistiria àquele tipo de
pesquisa
de alma, porque ela demonstra ser muito radical, muito severa. Além de
o tempo
ser curto, quem é que precisa de toda aquela auto-análise? Mas o show
religioso
tem que continuar! Não, ele não tem que continuar. Através da disciplina
da
solitude, entramos num acordo com o "show" superficial, e
determinamos em
nosso
coração que ele vai acabar!
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