segunda-feira, 22 de outubro de 2012

C.S. Lewis – Um corpo



Original do livro: Peso de glória – Ed. Vida


A sociedade em que o cristão ingressa pelo batismo não é um coletivo, mas um Corpo.

Na verdade, a família é uma imagem desse Corpo no plano natural.[...] Somos

convidados desde o início a nos unir com Ele como criaturas a nosso Criador, como

mortais ao Rendentor sem pecado. A presença dEle, a interação entre nós e Ele, deve

ser sempre o fator impressionantemente dominante na vida que devemos levar dentro do

Corpo. Qualquer concepção de comunhão cristã que não se refira à comunhão principal

com Ele, está fora de cogitação. Depois disso, parece trivial descobrir mais

diversidades de operações para a unidade do Espírito. No entanto, isso está muito

claro aí. Há sacerdotes separados dos leigos, catecúmenos separados dos que estão em

plena comunhão. Há a autoridade dos maridos sobre as respectivas mulheres e dos pais

sobre seus filhos. Existe,

 em formas muito sutis para a incorporação oficial, um constante intercâmbio de

ministrações complementares. Estamos todos constantemente ensinando e aprendendo,

perdoando e sendo perdoados, representando Cristo para o homem quando intercedemos

e o homem para Cristo quando os outros intercedem por nós. O sacrifício da

privacidade egoísta que diariamente nos é exigido é também diariamente recompensado

cem vezes mais no verdadeiro crescimento da personalidade estimulada pela vida do

Corpo. Aqueles que são membros uns dos outros são tão diferentes quanto a mão é da

orelha. É por isso que os homens do mundo são igualmente comparados de uma forma

tão monótona com a variedade quase fantástica dos santos. A obediência é o caminho

para a liberdade: a humildade, o caminho para o prazer; a unidade, o caminho para a

personalidade.

 

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