C. S. Lewis – Ser Bom
Extraído do livro: “Um ano com C. S. Lewis” - Ed. Ultimato
Original do livro: Cristianismo Puro e Simples
Nem mesmo o melhor de todos os cristãos age por suas próprias forças. Só
o que
ele faz é conservar ou proteger uma vida que ele jamais teria adquirido
por seus
próprios esforços. E isso tem consequências práticas. Enquanto a vida natural está
no nosso corpo, é muito importante fazer reparos nele. Se ele sofre um
corte, saberá
se curar até certo ponto, de uma forma tal, que nenhum corpo morto
saberia fazer.
Um cristão, à semelhança disso, também não é uma pessoa que jamais
erra, e sim,
alguém capacitado a se arrepender, reerguer-se e começar tudo de novo
depois de
cada queda. A vida de Cristo
está dentro dele, reparando-o o tempo todo, capacitando-
o a repetir (até certo ponto) o tipo de morte voluntária que Cristo
mesmo tomou sobre
si.
Eis a razão por que o cristão se encontra em circunstâncias diferentes
de outras pes-
soas que tentam ser boas. Elas acham que sendo boas podem agradar a Deus
(se
é que existe algum); ou, se elas acham que não existe Deus algum, elas
esperam ao
menos merecer a aprovação das pessoas boas. Mas o cristão atribui à vida
de Cristo
no seu interior toda boa obra que faz.
Ele não tem a ilusão de que Deus irá nos amar porque somos bons, mas que
Deus
nos fará bons porque nos ama; da mesma forma que o telhado de uma estufa
não
atrai os raios do sol porque é brilhante, mas se torna brilhante porque
o sol brilha nele.
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