sábado, 3 de maio de 2014

C.S. Lewis – Entregando tudo a Deus

C.S. Lewis – Entregando tudo a Deus
Extraído do livro: Um ano com C. S. Lewis – Ed. Ultimato
Original do livro: Cristianismo Puro e Simples – Ed. Martins Fontes


Não temos como (...) descobrir que somos falhos em manter a lei de Deus, a não ser que tentemos com todos os nossos esforços (para depois falhar). Se
não tentarmos realmente, não importa o que digamos, reteremos sempre no nosso inconsciente a idéia de que se tentarmos com mais força da próxima vez, quem sabe tenhamos sucesso em nos tornar perfeitamente bons. Assim,
nesse sentido, a estrada de volta para Deus é a do empenho moral, de tentativas cada vez mais duras. Mas em outro sentido, não são as nossas tentativas que nos levarão de volta para casa. Todas essas tentativas só podem nos levar àquele ponto vital em que você se volta para Deus e confessa: “Eu não sou capaz de fazer isso. Você precisa fazê-lo por mim”.

 Mas eu lhe imploro, não comece a perguntar: “Será que eu já atingi esse ponto?” Não fique aí observando a sua própria mente para ver o que está acontecendo. Isso coloca a pessoa em um barco furado. É tão comum que mal nos damos conta na hora em que acontecem os momentos mais importantes da nossa vida. Uma pessoa nem sempre é capaz de dizer a si mesma: “Vejam! Eu estou crescendo”. Muitas vezes é só quando ela  olha para trás que se dá conta do que aconteceu e identifica o que as pessoas chamam de “crescimento”. Você pode observar isso até nas coisas mais simples. É bem provável que uma pessoa que se observa ansiosamente para ver se vai conseguir dormir, permaneça mais do que acordada. Semelhantemente, essa coisa a que estou me referindo agora pode não acontecer a todos em uma iluminação súbita – como aconteceu com o apóstolo Paulo ou Bunyan; ela pode se dar de forma tão gradativa, que torne impossível a qualquer um apontar uma hora ou mesmo um ano específico. O que importa é a natureza da mudança, e não como nos sentimos enquanto ela se processa. Trata-se da mudança do estado de confiança em nossos próprios esforços para aquele em que já desistimos de tentar fazer as coisas por nós mesmos, entregando-as completamente a Deus. 

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