quinta-feira, 21 de maio de 2015

Mundo interior 162 - Livro: Celebração da Disciplina – mens. 147

7. A DISCIPLINA DA SOLITUDE

O Diário de John Woolman contém um comovente e terno relato da aprendizagem do controle da língua. Suas palavras são tão expressivas que é melhor citá-las aqui:
“Eu ia a reuniões num terrível estado mental, e me esforçava por estar interiormente familiarizado com a linguagem do verdadeiro Pastor. Um dia, encontrando-me sob forte operação do espírito, levantei-me e disse algumas palavras numa reunião; mas não me mantendo junto à abertura Divina, falei mais do que era exigido de mim. Percebendo logo meu erro, fiquei com a mente aflita algumas semanas, sem nenhuma luz ou consolo, ao ponto mesmo de não encontrar satisfação em nada. Lembrava-me de Deus, e ficava perturbado, e no auge de minha tristeza ele teve piedade de mim e enviou o Consolador. Então senti o perdão de minha ofensa; minha mente ficou calma e tranqüila, e senti-me verdadeiramente grato ao meu gracioso Redentor por suas misericórdias. Cerca de seis meses após este incidente, sentindo aberta a fonte de amor Divino, e interesse por falar, proferi umas poucas palavras em uma reunião, nas quais encontrei paz. Sendo assim humilhado e disciplinado sob a cruz, minha compreensão tornou-se mais fortalecida para distinguir o espírito puro que interiormente se move sobre o coração, que me ensinou a esperar em silêncio, às vezes durante muitas semanas, até que senti aquele fluxo que prepara a criatura para posicionar-se como uma trombeta, através da qual o Senhor fala ao seu rebanho.”
Que descrição do processo de aprendizado pelo qual se passa na Disciplina do silêncio! De particular significado foi o aumento de sua capacidade, proveniente desta experiência, de “distinguir o espírito puro que interiormente se move sobre o coração”.






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