7. A DISCIPLINA DA SOLITUDE
O Diário de John Woolman
contém um comovente e terno relato da aprendizagem do controle da língua. Suas
palavras são tão expressivas que é melhor citá-las aqui:
“Eu ia a reuniões num
terrível estado mental, e me esforçava por estar interiormente familiarizado
com a linguagem do verdadeiro Pastor. Um dia, encontrando-me sob forte operação
do espírito, levantei-me e disse algumas palavras numa reunião; mas não me mantendo
junto à abertura Divina, falei mais do que era exigido de mim. Percebendo logo
meu erro, fiquei com a mente aflita algumas semanas, sem nenhuma luz ou
consolo, ao ponto mesmo de não encontrar satisfação em nada. Lembrava-me de
Deus, e ficava perturbado, e no auge de minha tristeza ele teve piedade de mim
e enviou o Consolador. Então senti o perdão de minha ofensa; minha mente ficou
calma e tranqüila, e senti-me verdadeiramente grato ao meu gracioso Redentor
por suas misericórdias. Cerca de seis meses após este incidente, sentindo
aberta a fonte de amor Divino, e interesse por falar, proferi umas poucas
palavras em uma reunião, nas quais encontrei paz. Sendo assim humilhado e
disciplinado sob a cruz, minha compreensão tornou-se mais fortalecida para distinguir
o espírito puro que interiormente se move sobre o coração, que me ensinou a
esperar em silêncio, às vezes durante muitas semanas, até que senti aquele
fluxo que prepara a criatura para posicionar-se como uma trombeta, através da
qual o Senhor fala ao seu rebanho.”
Que descrição do processo
de aprendizado pelo qual se passa na Disciplina do silêncio! De particular
significado foi o aumento de sua capacidade, proveniente desta experiência, de
“distinguir o espírito puro que interiormente se move sobre o coração”.
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