7. A DISCIPLINA DA SOLITUDE
A Noite Escura da Alma
Levar a sério a Disciplina
da solitude significará que em algum ponto ou pontos no curso da peregrinação
entraremos no que S. João da Cruz vividamente descreveu como “a noite escura da
alma”. A “noite escura” para a qual ele nos chama não é algo mau ou destrutivo.
Pelo contrário, é uma experiência a ser recebida com agrado do mesmo modo que
uma pessoa enferma receberia com agrado uma cirurgia que promete saúde e
bem-estar. A finalidade da escuridão não é castigar-nos ou afligir-nos. É
libertar-nos.
Que significa entrar na
noite escura da alma? Pode ser um senso de aridez, de depressão, até mesmo o de
sentir-se perdido. Ela nos despoja da dependência excessiva à vida emocional. A
noção, tantas vezes ouvida hoje, de que tais experiências podem ser evitadas e
que devíamos viver em paz e conforto, alegria e celebração só revela o fato de
que muito da experiência contemporânea não passa de sentimentalismo
superficial. A noite escura é um dos meios de Deus levar-nos à tranqüilidade, à
calma, de modo que ele possa operar a transformação interior da alma.
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