sábado, 20 de junho de 2015

Mundo interior 192 - Livro: Celebração da Disciplina – mens. 177


8. A Disciplina da Submissão

Esta forma de endereçar o ensino moral aos subordinados culturais é, também, um contraste radical com a literatura da época. Os estóicos, por
exemplo, dirigiam-se somente à pessoa que se encontrava em elevada posição na ordem social, incentivando-a a fazer um bom trabalho nessa posição que ela já antevia como sua. Mas Paulo falou primeiro às pessoas que sua cultura recomendava não dirigir-se a elas, e chamou-as para a vida de cruz de Jesus.
A seguir, as epístolas se voltam para o parceiro culturalmente dominante no relacionamento e também o chamam para a vida de cruz de Jesus. O imperativo da subordinação é recíproco. “Maridos, amai a vossas esposas. ... Pais, não irriteis os vossos filhos. ... Senhores, tratai aos servos com justiça e com eqüidade...” (Colossenses 3:19-4:1 e textos paralelos). Com toda a certeza se objetará que a ordem para o parceiro dominante não emprega a linguagem da submissão. O que deixamos de ver é o quanto de submissão essas ordens exigiam do parceiro dominante em seu ambiente cultural. Para um marido, pai e senhor do primeiro século obedecer à injunção de Paulo significaria uma dramática diferença em seu comportamento. A esposa, o filho, o servo do primeiro século não teriam necessidade de efetuar a mínima mudança para obedecer à ordem de Paulo.





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