segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Intimidade com o Todo Poderoso – p47

Livro: Intimidade com o Todo Poderoso – p47
Autor: Charles R. Swindoll

Quando eu não interfiro e faço
as coisas por conta própria, a sua
vontade é realizada, o seu Nome é exaltado,
e a sua glória é magnificada.
Conclusão
Esta foi uma jornada de desafios e descobertas. Como mencionei no
início, coisas profundas são desafiadoras e desvendadoras.
Gastei apenas algumas páginas apresentando os traços gerais de quatro
decisões, acompanhadas de quatro disciplinas, que nos podem levar para um
relacionamento mais profundo, mais íntimo com o Todo-Poderoso. Se elas forem
levadas a sério e praticadas com persistência, estou convencido de que
propiciarão uma profunda diferença em nossa vida espiritual. Sem elas,
entretanto, a superficialidade continuará a ser a característica da nossa vida.
Em resumo, estas são as decisões e as disciplinas que temos
considerado:
1. Para reorganizar o nosso mundo particular, temos de aprender a
exercitar a disciplina da simplicidade.
2. Para nos aquietarmos, a disciplina do silêncio tem que ser apreciada.
3. Para cultivarmos a serenidade, é imperativo que observemos a
disciplina da solitude.
4. Para confiarmos em Deus completamente, isso requer a disciplina da
renúncia.




domingo, 30 de agosto de 2015

Intimidade com o Todo Poderoso – p46

Livro: Intimidade com o Todo Poderoso – p46
Autor: Charles R. Swindoll

Sob o seu controle, nada ficará fora
de controle, pois ele é totalmente fiel.
Quero concluir este livro de maneira positiva, e para isto reitero a
importância de deixarmos tudo com ele porque ele é totalmente fiel. Finalmente
eu estou aprendendo isto; não se trata mais de alguma coisa que eu verbalizo
num púlpito ou escrevo num livro.
Finalmente eu estou aprendendo que o seu plano soberano é o melhor
plano; que seja o que for que eu confie a ele, ele tomará conta e fará melhor do
que eu; que, sob o seu controle, nada ficará fora de controle; que tudo o que
necessito é do seu conhecimento, em todos os detalhes; que ele tem o poder de
suprir, de guiar, de começar, de terminar, de sustentar, de mudar e de corrigir
minha vida a seu tempo e para os seus propósitos. Quando eu não interfiro e
faço as coisas por conta própria, a sua vontade é realizada, o seu Nome é
exaltado, e a sua glória é magnificada.
Por que foi necessário tanto tempo para que eu entendesse essas coisas é
um mistério. O fato de ele me ter permitido viver o suficiente para ver isso com
clareza e poder abraçar essas coisas de todo o meu coração, é um testemunho
da sua graça.
Finalmente estou aprendendo que ao render-me ao meu soberano Senhor,
deixando os detalhes do meu futuro em suas mãos, estou praticando o ato de
obediência mais responsável que eu poderia praticar. E enquanto eu não fizer
isso, tornar-me uma pessoa não superficial continuará sendo nada mais do que
um sonho distante e piedoso.



sábado, 29 de agosto de 2015

Intimidade com o Todo Poderoso – p45

Livro: Intimidade com o Todo Poderoso – p45
Autor: Charles R. Swindoll

Ao longo dos anos eu tenho conhecido o Senhor. Renunciar a minha
vontade para me ater ao seu caminho era muito mais difícil no início. Quando eu
era mais jovem, muitas vezes eu disse que queria que o seu plano se
concretizasse; mas eu resistia a ele muito mais do que posso me lembrar,
especialmente quando ele incluía retornos e desapontamentos. Finalmente,
depois de me cansar de correr atrás das conseqüências de minhas próprias
escolhas, aos poucos fui percebendo que o caminho de Deus era melhor.
Eu concordei com o que entendi ao ler as seguintes palavras num livro que
aprendi a apreciar. Até hoje não li nada melhor que descreva a luta do dar-etomar
dos meus primeiros anos de vida cristã. São palavras de uma coleção de
orações e devoções dos puritanos.
Quando Tu queres me guiar,
eu é que me controlo.
Quando Tu queres ser soberano,
eu é que dirijo a minha vida.
Quando Tu queres tomar conta de mim,
eu me basto.
Quando eu deveria depender de tuas provisões,
eu me supro.
Quando eu deveria submeter-me à tua providência,
eu faço a minha vontade.
Quando eu deveria ponderar, honrar, e confiar em ti,
eu me sirvo.
Eu critico e corrijo as tuas leis
para se adequarem a mim.
Em vez de a ti
eu busco a aprovação dos homens,
e eu sou por natureza um idólatra.
Senhor, o que eu mais quero
é levar o meu coração de volta para Ti.13
Esta é a confissão honesta de uma vida que ainda não se rendeu ao
Senhor. O que é triste é que, embora estas palavras sejam tão antigas, elas descrevem
a situação de muitos que pertencem à família de Deus nos dias de hoje.



sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Intimidade com o Todo Poderoso – p44

Livro: Intimidade com o Todo Poderoso – p44
Autor: Charles R. Swindoll

A renúncia é a chave que abre
os cofres de Deus que contêm os seus
melhores e mais profundos
tesouros.
Bem, acontece que há algo bastante impopular na geração de hoje! Eu
posso até ver quem esteja franzindo as sobrancelhas, e com certa indignação
dizendo: "Renúncia? Não brinque comigo!" Quem é que é encorajado a renunciar
qualquer coisa nestes dias de hoje? Se eu mencionasse algumas áreas, eis as
respostas que eu ouviria:
Renuncie os seus direitos “Você está brincando? Eu vou é entrar
com um processo na justiça!”
Renuncie o seu futuro “Não dá! Já tomei as minhas
decisões.”
Renuncie a sua vontade “Não eu! Eu não me rendo a ninguém.”
Renuncie os seus sonhos “Nunca! Depois de tanto que eu
trabalhei!”
Renuncie o seu companheiro “Eu? É a minha vida!”
Renuncie as suas finanças “O quê? Tenho planos de me
aposentar!”
Nós temos criado uma geração de rapazes e moças que são obstinados,
briguentos, independentes. Renúncia é uma palavra que não está no seu
vocabulário. É pena, pois a renúncia é a chave que abre os cofres de Deus que
contêm os seus melhores e mais profundos tesouros. Com paciência ele espera
pela nossa rendição, espera que paremos de lutar contra ele, que permitamos
que o seu plano tenha o seu curso normal, que nos voltemos para ele e
alcancemos a nossa segurança e realização. Quando ele testemunha o nosso
agir assim, passa a revelar-nos a si mesmo e também a sua vontade com uma
profundidade muito maior.




quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Intimidade com o Todo Poderoso – p43

Livro: Intimidade com o Todo Poderoso – p43
Autor: Charles R. Swindoll

4. Confiando no Senhor Completamente: A Disciplina da Renúncia
Sei que esta expressão "confiando no Senhor" não parece ser nova nem
criativa. De fato, algumas pessoas vêem estas palavras como nada mais do que
um clichê sem significado e já muito batido.
Mas isso não tem que ser assim. São muitas as passagens nas Escrituras
que nos fazem lembrar que temos de confiar no Senhor. Os versículos que
fazem isso com maior intensidade estão em Provérbios 3:5-6:
Confia no SENHOR de todo o teu coração e não te estribes no teu
próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele
endireitará as tuas veredas.
Eu não sou o primeiro a observar que este mandamento "confia no
Senhor" não é uma esperança desanimada de um coração relutante. Ao
contrário, é um reconhecimento consciente do Senhor "em todos os teus
caminhos".
Quem quer que esteja determinado a conhecer de forma mais profunda e
íntima o Senhor, não pode reter os privilégios em sua própria posição ou lugar...
ou com ansiedade preocupar-se com o sucesso dos detalhes de sua própria
vida. Tem que haver uma completa e não condicional confiança no Senhor vivo.
Em outras palavras, a pessoa tem de desenvolver a disciplina da renúncia.



quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Intimidade com o Todo Poderoso – p42

Livro: Intimidade com o Todo Poderoso – p42
Autor: Charles R. Swindoll

Periodicamente eu revejo ao acaso algumas daquelas centenas de
páginas. Sem exceção, eu me humilho e me fortaleço ao constatar como é
evidente a mão de Deus agindo no leme da minha vida, mesmo que, em certas
horas, pode ser que pareça que ele está distante e desinteressado.
Quando vejo assim em perspectiva os acontecimentos do passado, com a
visão do presente, a serenidade retorna e acalma o meu espírito. Quero reforçar
o que disse quanto ao diário a que me refiro não ser uma agenda diária; é um
registro íntimo de cada dia da jornada em que o Senhor e eu estamos viajando
juntos. A presença dele é vista e sentida página após página após página...
De coração eu recomendo que você comece a manter um diário assim,
especialmente se você se sentir um "livre-atirador" em vez de concentrar-se em
momentos de solitude.



terça-feira, 25 de agosto de 2015

Intimidade com o Todo Poderoso – p41

Livro: Intimidade com o Todo Poderoso – p41
Autor: Charles R. Swindoll

Antes de prosseguirmos para a última das quatro disciplinas, vou fazer
uma pausa para partilhar com você algo que contribuiu imensamente para as
minhas horas de solitude e de auto-exame: manter um diário. Tenho feito isso
durante anos, e os benefícios são superiores ao que a maioria das pessoas
possa acreditar. Não me refiro a uma agenda ou a um livro em que você coloca
as atividades do dia; mas a um diário em que, para escrevê-lo, você tem que
dispor de um esplêndido tempo sozinho para lembrar-se e registrar as ações de
Deus na sua vida.
Ao desfrutar os momentos de solitude, é fácil acharmos que os
pensamentos e as percepções que ele nos tem revelado permanecerão em
nossa mente para sempre. Mas não é bem assim. Pouco tempo depois de
passarmos por essas experiências, corremos o risco de as esquecermos,
principalmente se estivermos submergidos sob a carga das responsabilidades e
das conversas. As atividades como que apagam os nossos pensamentos
significativos e profundos. Mas esses pensamentos são importantes demais para
deixarmos que isso aconteça.
Além disso, os textos do nosso diário nos dão pontos reunidos e
organizados... que são históricos, indicadores datados que especificam os atos
que Deus fez lá no fundo de nossas almas, bem como as suas obras em nosso
favor. Precisamos manter um registro escrito dessas intervenções de Deus em
nossa vida. O uso de um diário pode tornar as horas de solitude extremamente
significativas.



segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Intimidade com o Todo Poderoso – p40

Livro: Intimidade com o Todo Poderoso – p40
Autor: Charles R. Swindoll

Você se lembra da resposta de Jesus a seus discípulos imediatamente
após a ministração que tinham feito? Leia e observe:
Voltaram os apóstolos à presença de Jesus e lhe relataram tudo
quanto haviam feito e ensinado. E ele lhes disse: Vinde repousar um
pouco, a parte, num lugar deserto; porque eles não tinham tempo nem
para comer, visto serem numerosos os que iam e vinham. Então, foram
sós no barco para um lugar solitário. - Marcos 6:30-32
O nosso Senhor, mesmo apreciando o árduo trabalho e as obras de fé dos
apóstolos, quando retornaram das ministrações que tinham feito, viu a necessidade
que eles tinham de um descanso e reflexão. Ele conhecia muito bem a
influência exaustante das muitas pessoas "que iam e vinham" (parece até a cena
após o término do culto de muitas igrejas), e então os encorajou a deixarem tudo.
Colocando-os num barco, navegou com eles até "um lugar solitário". Por quê?
Para que pudessem estar num "lugar solitário", isto é, sem mais ninguém.
Claramente vemos que Jesus reconheceu o valor da solitude... a necessidade de
escapar de toda atividade. Lá a serenidade poderia ser cultivada.


domingo, 23 de agosto de 2015

Intimidade com o Todo Poderoso – p39

Livro: Intimidade com o Todo Poderoso – p39
Autor: Charles R. Swindoll

Quão ocupados nós podemos
nos tornar... e, em conseqüência,
quão vazios!
Nós proferimos palavras, mas elas nada significam. Acabamos trafegando
por verdades não vividas por nós. Caímos em fraudes espirituais.
Uma das meditações do falecido A. W. Tozer, que mais aprecio, não está
nunca longe de minha mente:
Não será que a imperfeição de muitas de nossas experiências espirituais
seja decorrente do nosso hábito de sair às pressas pelos corredores do
Reino como crianças no mercado, tagarelando acerca de tudo, mas não
parando para saber o real valor de nada?12
É tempo do juízo começar na casa de Deus. Admitamos isso, você e eu
sabemos que os lugares mais propícios à interminável conversa mole são os
círculos religiosos. Como é fácil sermos vítimas de uma conversa sem sentido,
de respostas pré-fabricadas, e de atividades descuidadas! Não era para ser
assim; mas, na maioria das vezes, é desse jeito que é. Para combatermos isso, a
solitude é necessária. O difícil trabalho de um auto-exame, feito repetidamente, é
absolutamente essencial.




sábado, 22 de agosto de 2015

Intimidade com o Todo Poderoso – p38

Livro: Intimidade com o Todo Poderoso – p38
Autor: Charles R. Swindoll

Deus, que sonda os nossos
pensamentos nos períodos de
solitude, abre os nossos olhos
para tudo o que necessita de
atenção.
O salmista percebeu a necessidade de um exame interior profundo. De
fato, ele convidou a sonda de raios laser de Deus a descer até as câmaras mais
profundas do seu coração e dos seus pensamentos:
SENHOR, tu me sondas e me conheces. Sabes quando me
assento e quando me levanto; de longe penetras os meus pensamentos.
Esquadrinhas o meu andar e o meu deitar e conheces todos os meus
caminhos. Ainda a palavra me não chegou à língua, e tu, SENHOR, já a
conheces toda. Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e
conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau e
guia-me pelo caminho eterno. - Salmo 139:l-4;23-24
Paulo de igual forma entregou-se à solitude e à auto-análise. Sem
hesitação ele repreendeu os Coríntios pela sua vergonhosa impostura na ceia do
Senhor, quando se reuniam em comunidade:
Nisto, porém, que vos prescrevo, não vos louvo, porquanto vos
ajuntais não para melhor e sim para pior. Porque, antes de tudo, estou
informado haver divisões ente vós quando vos reunis na igreja; e eu, em
parte, o creio. Porque até mesmo importa que haja partidos entre vós, para
que também os aprovados se tornem conhecidos em vosso meio. Quando,
pois, vos reunis no mesmo lugar, não é a ceia do Senhor que comeis. Porque,
ao comerdes, cada um toma, antecipadamente, a sua própria ceia; e
há quem tenha fome, ao passo que há também quem se embriague. Não
tendes, porventura, casas onde comer e beber? Ou menosprezais a igreja
de Deus e envergonhais os que nada têm? Que vos direi? Louvar-vos-ei?
Nisto, certamente, não vos louvo. - 1 Coríntios 11:17-22
Ele então instruiu cada um a passar tempo em solitude e num auto-exame
pessoal, a sós, com o Senhor:
Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e, assim, coma do pão,
e beba do cálice; pois quem come e bebe sem discernir o corpo, come e
bebe juízo para si. Eis a razão por que há entre vós muitos fracos e
doentes e não poucos que dormem. Porque, se nós julgássemos a nos
mesmos, não seríamos julgados.
Uma inquietação em nosso interior cresce dentro de nós quando nos
recusamos a nos isolar para examinar-mos o nosso próprio coração e os nossos
motivos. Corremos o risco de nos embaraçarmos sempre com nossas atividades
e responsabilidade, e por isso temos que nos esforçar para prosseguir, para
permanecermos ativos e ocupados na obra do Senhor. Se não nos
empenharmos em retroceder, em ficar a sós para o árduo trabalho do autoexame
em momentos de solitude, a serenidade permanecerá na condição de
apenas um sonho distante.



sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Intimidade com o Todo Poderoso – p37

Livro: Intimidade com o Todo Poderoso – p37
Autor: Charles R. Swindoll

A transformação da alma acontece
quando a serenidade toma
o lugar da ansiedade.
Na solitude ocorrem lutas de que ninguém mais fica sabendo. Batalhas
profundas são travadas nos momentos em que se está só, e raramente elas dão
subsídios para sermões ou ilustrações de livros. Deus, que sonda os nossos
mais profundos pensamentos nos períodos em que estamos em solitude, abre os
nossos olhos para coisas que necessitam de atenção.
São nesses momentos que ele nos faz conscientes daquelas coisas que
tentamos esconder dos outros.
Henri Nouwen descreve a solitude com palavras de ordem prática e
penetrantes:
Na solitude eu me liberto de toda a minha armação: nada de
amigos com quem conversar, nenhum telefonema para dar, nenhuma
reunião para ir, nenhuma música para ouvir, nenhum livro para me distrair,
apenas eu nu, vulnerável, fraco, com pecado, sem nada para fazer,
quebrantado com mais nada. E esse nada que eu tenho que me
defrontar na minha solitude, um nada tão aterrorizante que todo o meu ser
deseja correr para junto de meus amigos, para o meu trabalho, para tudo o
que me distrai, para que assim eu venha a esquecer esse meu nada e
passar a crer que eu tenho algum valor. Mas isso não é tudo. Assim que
decido permanecer na minha solitude, idéias confusas, imagens
perturbadoras, incontroláveis fantasias e misteriosas associações de
pensamentos atacam a minha mente tal como macacos atacam uma
bananeira. A raiva e a avareza começam a mostrar as suas caras feias...
A minha tarefa é então perseverar na minha solitude, ficando na
minha célula até que todos os visitantes sedutores se cansem de bater em
minha porta e deixem-me sozinho.
Se a verdade fosse conhecida, a maioria de nós resistiria àquele tipo de
pesquisa de alma, porque ela demonstra ser muito radical, muito severa. Além de
o tempo ser curto, quem é que precisa de toda aquela auto-análise? Mas o show
religioso tem que continuar! Não, ele não tem que continuar. Através da disciplina
da solitude, entramos num acordo com o "show" superficial, e determinamos em
nosso coração que ele vai acabar!



quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Intimidade com o Todo Poderoso – p36

Livro: Intimidade com o Todo Poderoso – p36
Autor: Charles R. Swindoll

3. Cultivando Serenidade: A Disciplina da Solitude
Assim como é inestimável e necessário o companheirismo, tornando-nos
capazes de ser encorajados, responsabilizados e desafiados, é também de igual
forma importante um segmento da vida espiritual que muitas vezes tem sido
ignorado. Refiro-me à disciplina do que chamo de solitude, de estarmos a sós,
através da qual podemos cultivar uma serenidade profunda dentro de nós.
A solitude tem sido chamada de "a fornalha da transformação".10 Não
estou falando de uma privacidade pessoal de doze segundos, onde obtemos a
correção de alguma coisa no tempo mais breve possível, para de novo voltarmos
à corrida. É muito mais do que isso.
É um oásis da alma em que vemos a nós mesmos, em que vemos os
outros, e especialmente o nosso Deus de uma maneira nova. É onde muito
daquela confusão toda que eu mencionei anteriormente é identificada e
exterminada, graças ao implacável calor dessa "fornalha".



quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Intimidade com o Todo Poderoso – p35

Livro: Intimidade com o Todo Poderoso – p35
Autor: Charles R. Swindoll

Nós o inundamos com problemas, com exigências de informação, com
pedidos de sinais para nós, com a solicitação de um caminho mais fácil,
esquecendo-nos de que em sua Palavra ele já nos deu a solução a todo
problema e nos deu todos os detalhes que podemos compreender nesta vida.
Temos deixado de pôr a nossa atenção onde Deus fala: onde a
Palavra de Deus ressoou neste mundo uma vez por todas, de maneira
suficiente para todas as eras, e de forma inesgotável.
Ou ainda pensamos que a Palavra de Deus tem sido ouvida na
terra durante tanto tempo que a esta altura ela já está quase totalmente
desgastada, está na hora de alguma palavra nova entrar em ação, como
se tivéssemos o direito de pedir uma outra palavra. Deixamos de ver que
somos nós que estamos desgastados, alienados, ao passo que a Palavra
ressoa com a mesma vitalidade e com o mesmo frescor de sempre; e ela
está tão perto de nós como sempre esteve.9
Como todos nós podemos constatar, Deus não fala à mente apressada e
preocupada. É necessário algum tempo a sós com ele e com a sua Palavra para
que a nossa força espiritual se recupere. Esse pensamento, em si, nos leva a
uma terceira prioridade se almejamos ter um relacionamento íntimo com o Todo-
Poderoso.



terça-feira, 18 de agosto de 2015

Intimidade com o Todo Poderoso – p34

Livro: Intimidade com o Todo Poderoso – p34
Autor: Charles R. Swindoll

Há algum tempo, quando, e eu e minha esposa Cynthia estávamos
buscando saber a vontade do Pai quanto ao nosso futuro, eu fiquei nervoso. Naquele
estado indefinido em minha mente eu dei lugar ao medo, a pensamentos
de ansiedade. A minha imaginação rolou solta, fazendo com que um ímpeto de
pânico ocupasse a minha mente. Não durou muito até que eu me sentisse
exausto e confuso, e virtualmente imobilizado.
Ela e eu havíamos assumido o compromisso de viajar para o exterior e
participar de uma semana de reuniões. Eu fiquei tentado a cancelar, devido à
perturbada condição de minha alma. Porém, graças a Deus não cancelei...
porque foi durante uma refeição antes de uma daquelas reuniões que alguém
inesperadamente passou às minhas mãos um texto de grande profundidade, que
trouxe quietude ao meu coração e serenou o meu espírito. Eu nada sabia acerca
da fonte de origem daquele texto, nem de seu autor; o que eu tive certeza foi que
aquelas palavras vieram ao encontro do que se passava em meu espírito de
forma profunda e direta.
Ao lê-lo, você compreenderá por que ele falou ao meu coração de uma
maneira tão significativa.
Perturbados pela vida, exaustos, procuramos ao nosso derredor
algum lugar em que possamos ficar quietos, em que possamos ser
genuínos, um lugar de refrigério. Ansiamos restaurar o nosso espírito em
Deus, ansiamos simplesmente confiar em suas mãos o nosso espírito, e
ganhar uma nova força para continuar vivendo. Mas deixamos de procurálo
onde ele está à nossa espera, onde ele pode ser encontrado: no seu
Filho, que é a sua Palavra. Ou há casos em que continuamos buscando a
Deus porque há mil coisas que queremos pedir-lhe, e imaginamos que não
podemos prosseguir com a vida se os nossos pedidos não forem
respondidos



segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Intimidade com o Todo Poderoso – p33

Livro: Intimidade com o Todo Poderoso – p33
Autor: Charles R. Swindoll

Imagine a situação! Além da interminável pressão da parte de Saul, além
da exaustão da batalha, além da perda de suas casas, além da angustiante
inquietação diante da situação de insegurança de suas famílias, o murmúrio de
um motim se espalhou como um câncer por todo o acampamento.
Não houve quem se levantasse em defesa de Davi, ou viesse socorrê-lo.
Bem poucas pessoas devem ter se sentido mais desamparadas do que Davi,
mas ninguém esteve à altura da situação com mais responsabilidade ou com
mais maturidade do que ele. Lemos o seu segredo nessas poucas palavras:
... Mas Davi se fortaleceu no Senhor seu Deus. - (6b - AR-IPB)
Não perca o ponto da questão — Davi enfrentou a situação com realismo;
mas recusou-se a entrar em pânico, a lutar em sua própria defesa, a fugir, ou a
cair numa postura de autopiedade. Ciente de sua urgente necessidade de um
tempo a sós com Deus, ele afastou-se de seus amargurados companheiros,
afastou-se daquela caótica cena, e buscou um lugar de quietude e tranqüilidade
em que pudesse fortalecer a sua alma.
A intimidade com o Senhor exige atos de disciplina que não são mais
valorizados ou imitados pela maioria das pessoas hoje em dia. Para começar,
tem que haver simplicidade, pois isto nos ajuda a reorganizar o nosso mundo
particular. Depois, tem que haver silêncio, coisa rara em nossos tempos. O
silêncio, como vimos nas Escrituras, traz significado aos nossos momentos de
quietude.



domingo, 16 de agosto de 2015

Intimidade com o Todo Poderoso – p32

Livro: Intimidade com o Todo Poderoso – p32
Autor: Charles R. Swindoll

Se o barulho e as multidões
o estão aprisionando,
é hora de parar e sair em busca
de um lugar de alívio para serenizar
o seu espírito.
Recordo-me de uma vivida cena da vida de Davi, antes de ele ter se
tornado rei em Israel. Ele e os seus homens tinham se empenhado numa série
de episódios no território filisteu. Ainda por cima enfrentavam o ataque de Saul,
cuja inveja resultou numa perseguição de mais de doze anos do tipo "gato-e-rato".
Imagine só a pressão.
Depois de uma jornada de três dias, para estarem com suas famílias em
Ziclague, Davi e seus companheiros guerreiros depararam-se com uma terrível
realidade. Antes da chegada de Davi e seus soldados, os amalequitas tinham
desferido um repentino ataque na sua aldeia, tinham queimado tudo, e haviam
raptado todas as suas mulheres e crianças. Leia o trágico relato e imagine essa
triste cena:
Sucedeu, pois, que, chegando Davi e os seus homens, ao
terceiro dia, a Ziclague, já os amalequitas tinham dado com ímpeto contra
o Sul e Ziclague e a esta, ferido e queimado; tinham levado cativas as
mulheres que lá se achavam, porém a ninguém mataram, nem pequenos
nem grandes; tão somente os levaram consigo e foram seu caminho. Davi
e os seus homens vieram a cidade, e ei-la queimada, e suas mulheres,
seus filhos e suas filhas eram levados cativos. Então, Davi e o povo que se
achava com ele ergueram a voz e choraram, até não terem mais forças
para chorar. - 1 Samuel 30:1-4
Se isso não bastasse, na histeria e na depressão daquele caos:
Davi muito se angustiou, pois o povo falava de apedrejá-lo,
porque todos estavam em amargura, cada um por causa de seus filhos e
de suas filhas.... - (v. 6a)



sábado, 15 de agosto de 2015

Intimidade com o Todo Poderoso – p31

Livro: Intimidade com o Todo Poderoso – p31
Autor: Charles R. Swindoll

É muito fácil sermos arrastados para um buraco negro de atividades
nestes tempos apressados. Isso acontecendo, vamos começar a fugir dos outros
em nossa própria família, mais do que indo ao encontro deles. As conseqüências
podem ser desastrosas.
Não cometa nenhum erro desse tipo. Se isso se parece com algum
aspecto do estilo de vida que você está levando, agora a jogada é sua! Se o
ritmo e a pressão, o barulho e as multidões o estão aprisionando, é hora de parar
com essa loucura e achar um lugar de alívio para refrescar o seu espírito.
Deliberadamente diga "não" com mais freqüência. Isso vai levar você a diminuir o
ritmo, ficar algum tempo sozinho, desabafar o seu coração tão sobrecarregado, e
admitir a sua desesperada necessidade de um refrigério interior.
A boa nova é que Ele vai ouvir e vai ajudá-lo. A má notícia é esta: Se você
ficar à espera de que alguém venha fazer com que haja uma mudança, tudo só
vai deteriorar. O seu fervor espiritual vai diminuir e você ficará vulnerável a um
ataque do adversário, o que certamente ocorrerá. Fortalecer-se perante o Senhor
é a sua única esperança.



sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Intimidade com o Todo Poderoso – p30

Livro: Intimidade com o Todo Poderoso – p30
Autor: Charles R. Swindoll

Para mim foi o suficiente. E quanto a você? Você se acha na condição de
uma vítima do mundo barulhento, agitado, entupido de gente, em que você tem.
que passar muitas horas da sua vida? Ele não o está tornando insensível
espiritualmente, levando você a fazer tudo de maneira mecânica, indo como um
robô à igreja ou às reuniões de estudo bíblico que você antes tanto apreciava?
E quanto à oração? O barulho e as multidões têm um modo de extrair a
sua energia e de lhe distrair, fazendo com que a oração se torne uma tarefa difícil
de cumprir, algo adicional a tantas outras, em lugar de ser um alívio confortador.
Pode até acontecer de você sentir um leve grau de depressão, como conseqüência
da ausência da quietude e do silêncio.
Sendo assim, é hora de falarmos francamente. Ninguém pode fazer nada
para mudar esse dilema senão você! Deixar que as coisas continuem como
estão vai fazê-lo gravitar em uma dentre duas direções. Ou você vai correr em
meio às suas atividades, cultivando uma espiritualidade hipócrita escondida atrás
da máscara de um falso entusiasmo, ou você simplesmente vai decair em seu
envolvimento e vai distanciar-se de um relacionamento significativo com os
outros crentes. Em ambos os casos, você estará criando as condições ideais
para uma queda. Isso eu tenho visto acontecer com muito mais freqüência do
que posso me lembrar.


quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Intimidade com o Todo Poderoso – p29

Livro: Intimidade com o Todo Poderoso – p29
Autor: Charles R. Swindoll

A terapia da quietude,
o contemplar da natureza,
nunca deixarão de conduzir os
nossos corações
para mais perto de Deus.
Lembro-me de ocasiões em que escapávamos para as montanhas, só
uma hora e meia longe do barulho das buzinas, do ruído do trânsito, e dos outros
altos sons de uma agitada cidade. Sentados lá em cima, juntos, muitas vezes
encostando-nos num gigantesco pinheiro, ou num velho carvalho,
invariavelmente comentávamos sobre a terapia da quietude. O vento assobiando
por entre as folhagens, pequenos esquilos fugindo rapidamente para cima de um
tronco retorcido de uma árvore; em outra época do ano, vendo o cair macio dos
flocos de neve, embranquecendo o solo... aquelas tranqüilas visitas à natureza
nunca deixaram de conduzir os nossos corações para mais perto de nosso Deus.
Honestamente posso dizer que tais visitas cheias de silêncio
invariavelmente nos tornaram mais sensíveis às coisas espirituais, com maior
capacidade para apreciar a presença de Deus e a sua graça. Numa só palavra,
aquelas visitas nos aprofundaram.



quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Intimidade com o Todo Poderoso – p28

Livro: Intimidade com o Todo Poderoso – p28
Autor: Charles R. Swindoll

Qual é a minha resposta? Eu lá estive — sofri tudo isso! Durante quase
vinte e cinco anos vivi com minha família na grande Los Angeles. Por um lado,
foram anos de incrível liberdade, crescimento e bênçãos. Por essas coisas eu
sou eternamente agradecido.
Mas, por outro lado, tenho de confessar que acabei ficando cansado do
barulho, das multidões, do ritmo, da implacável pressão das atividades, do
incessante fluxo intenso do trânsito. Ao mesmo tempo em que apreciávamos as
pessoas, as oportunidades para ministração, e também o clima daquela região
do país, havia horas em que sofríamos a dor de quem queria a libertação... de
quem queria a tão importante presença da quietude, do silêncio.



terça-feira, 11 de agosto de 2015

Intimidade com o Todo Poderoso – p27

Livro: Intimidade com o Todo Poderoso – p27
Autor: Charles R. Swindoll

O silêncio é indispensável se
quisermos alcançar
profundidade em
nossa vida espiritual.
Henri Nouwen, um erudito sacerdote católico, autor de vários livros, deunos
uma esplêndida análise e ilustração do lado mau daquilo que ele mesmo
chama de "nosso mundo de palavras":
Era uma vez um tempo em que não havia rádios nem televisões,
nem sinais de "pare", de velocidade, de confluência no trânsito, nem
dizeres nos pára-choques, nem os anúncios e cartazes por toda parte
indicando aumentos de preços ou ofertas em promoção. Era uma vez um
tempo em que não havia publicidade, que hoje em dia cobre cidades
inteiras com palavras.
Alguns dias atrás eu estava dirigindo o meu carro em Los
Angeles quando, de repente, tive a estranha sensação de que eu estava
passando por um enorme dicionário. Para onde quer que eu olhasse, havia
palavras que tentavam tirar os meus olhos da estrada. Elas diziam: "Useme,
tome-me, compre-me, beba-me, cheire-me, toque-me, beije-me,
durma comigo." Num mundo assim, quem é que pode manter respeito para
com as palavras?



segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Intimidade com o Todo Poderoso – p26

Livro: Intimidade com o Todo Poderoso – p26
Autor: Charles R. Swindoll

Seja qual for a sua versão preferida, o fato é que esta é uma enfática
ordem dada ao povo que é propriedade de Deus. E dada a pessoas de todas as
raças, de toda cor de pele, de toda cultura, de todos os tempos a pessoas que
estejam empregadas ou desempregadas, solteiras ou casadas, com ou sem filhos,
a todos cujo Deus é o Senhor.
A ordem que nos é dada é para que paremos (literalmente!)... para que
descansemos, relaxemos, larguemos tudo, e tenhamos tempo para ele. É uma
situação em que nós devemos estar parados, quietos, atentos a ele, à sua
espera. Uma experiência estranha para nós, nestes tempos tão agitados! Não
obstante, conhecer a Deus de forma profunda e com intimidade requer tal
disciplina.
O silêncio é indispensável se quisermos alcançar profundidade em nossa
vida espiritual. Ele "mantém o fogo dentro de nossas almas"... "o silêncio nos
torna peregrinos"7 escreveu alguém que advoga prolongados e ininterruptos
períodos de quietude . O silêncio afia os cantos vivos de nossa alma,
sensibilizando-nos para sentirmos os leves toques de repreensão de nosso Pai
celestial. O barulho, as palavras e os programas alucinantes, agitados,
insensibilizam os nossos sentidos, fechando os nossos ouvidos à sua voz
tranqüila, suave, tornando-nos insensíveis ao seu toque.