terça-feira, 30 de junho de 2015

Mundo interior 202 - Livro: Celebração da Disciplina – mens. 187

Mundo interior 202 - Livro: Celebração da Disciplina – mens. 187
8. A Disciplina da Submissão

As perguntas são legítimas e merecem uma resposta cuidadosa.
A resposta não é simples, mas também não é impossível. A
subordinação renovadora nos mandaria viver em submissão à autoridade humana enquanto esta não se torna destrutiva. Tanto Pedro com Paulo exigiram obediência ao estado pagão porque entenderam o grande bem resultante desta instituição humana.
Tenho verificado que as “autoridades” humanas muitas vezes têm uma grande dose de sabedoria que negligenciamos com perigo para nós.
A isto eu acrescentaria outro motivo por que, no meu entender, devemos submeter-nos às pessoas investidas de autoridade, que não conhecem a autoridade espiritual. Devemos submeter-nos por delicadeza comum e por compaixão pela pessoa que se encontra nessa situação difícil. Tenho profunda empatia pelos indivíduos que se encontram nessa posição, pois eu mesmo já estive aí mais de uma vez. É um pântano frustrante, quase desesperador, estar numa posição de autoridade e saber que nossas raízes não têm profundidade suficiente na vida divina para comandar com autoridade espiritual. Conheço a sensação frenética que faz uma pessoa empertigar-se e esbaforir-se, e imaginar truques inteligentes para induzir as pessoas à obediência. Alguns podem achar fácil rir-se dessas pessoas e desconsiderar sua “autoridade”. Eu não. Choro por elas porque conheço a dor e o sofrimento interiores que devem ser enfrentados para viver-se em tal contradição.
Além do mais, podemos orar por tais pessoas para que sejam cheias de novo poder e autoridade. Podemos, também, tornar-nos seus amigos e ajudá-las no que estiver ao nosso alcance. Se vivermos a vida de cruz perante elas, muito em breve podemos descobrir que estão crescendo em poder espiritual, e nós também.




segunda-feira, 29 de junho de 2015

Mundo interior 201 - Livro: Celebração da Disciplina – mens. 186


8. A Disciplina da Submissão

Nota Final
Em nosso dia tem surgido um problema especial acerca da submissão no tocante à autoridade. O fenômeno que passo a descrever é algo que tenho observado repetidamente. Quando as pessoas começam a mudar-se para o reino espiritual, vêem que Jesus está ensinado um conceito de autoridade que se opõe inteiramente ao pensamento dos sistemas deste mundo. Elas chegam a compreender que a autoridade não reside em posições ou graus, ou títulos, ou bens, ou qualquer símbolo exterior. O caminho de Cristo segue totalmente em outra direção: o caminho da autoridade espiritual. A autoridade espiritual é ordenada e sustentada por Deus. As instituições humanas podem ou não reconhecer esta autoridade; igualmente, não faz diferença alguma. A autoridade espiritual é marcada tanto por compaixão como por poder. Os que andam no Espírito podem identificá-la imediatamente. Sabem, sem dúvida, que a submissão é devida à palavra que foi dada em autoridade espiritual.
Mas, e aqui está a dificuldade, que dizer às pessoas que estão em “posição de autoridade” mas não possuem autoridade espiritual? Uma vez que Jesus deixou claro que a posição não dá autoridade, deveria esta pessoa ser obedecida? Não é preferível desconsiderar toda autoridade humanamente ordenada e buscar a autoridade espiritual e só a ela submeter-nos? Esses são tipos de questões levantadas por pessoas que sinceramente desejam andar no caminho do Espírito.



domingo, 28 de junho de 2015

Mundo interior 200 - Livro: Celebração da Disciplina – mens. 185


8. A Disciplina da Submissão

O quinto ato de submissão é à comunidade crente, o corpo de Cristo. Se há serviços a completar e tarefas a realizar, examinamo-las de perto para ver se são convites de Deus para a vida de cruz. Não podemos fazer tudo mas podemos fazer algumas coisas. Às vezes são assuntos de natureza organizacional, mas com muita freqüência são oportunidades espontâneas para pequenas tarefas de serventia. Pode, às vezes, tratar-se de chamados para servir a igreja universal e se o ministério for confirmado em nossos corações, podemos submeter-nos a ele com segurança e reverência.
O sexto ato de submissão é aos alquebrados e desprezados. Em toda cultura há “viúvas e órfãos”; isto é, os desamparados, os indefesos (Tiago 1:27). Nossa primeira responsabilidade é estar entre eles. Como Francisco de Assis, no século treze, e Kágawa no século vinte, devemos descobrir meios de verdadeiramente identificar-nos com os oprimidos, os rejeitados. Aí devemos viver a vida de cruz.
O sétimo ato de submissão é ao mundo. Vivemos numa comunidade internacional interdependente. Não podemos viver em isolamento. Nossa responsabilidade ambiental, ou sua ausência, afeta não somente as pessoas ao redor do mundo mas também as gerações que estão por nascer. As nações que padecem fome afetam-nos. Nosso ato de submissão é uma determinação de viver como membro responsável de um mundo cada vez mais irresponsável.




sábado, 27 de junho de 2015

Mundo interior 199 - Livro: Celebração da Disciplina – mens. 184


8. A Disciplina da Submissão

O terceiro ato de submissão é à nossa família. O lema para a família deveria ser: “Não tenha cada um em vista o que é dos outros” (Filipenses 2:4). Livre e graciosamente os membros da família fazem concessão uns aos outros. O ato básico de submissão é o compromisso de ouvir os demais membros da família. Seu corolário é uma disposição de partilhar, que, por si própria, é obra da submissão.
O quarto ato de submissão é a nossos vizinhos e aos que encontramos no curso de nosso viver diário. A vida de simples bondade é vivida diante deles. Se estiverem em necessidade, nós os ajudamos. Executamos pequenos atos de bondade e de urbanidade comum: repartimos nosso alimento, cuidamos de seus filhos quando os pais se ausentam, cortamo-lhes a grama, arranjamos tempo para visitá-los, compartilhamos nossas ferramentas. Nenhuma tarefa é pequena demais, insignificante demais, pois cada uma delas é uma oportunidade de viver em submissão.




sexta-feira, 26 de junho de 2015

Mundo interior 198 - Livro: Celebração da Disciplina – mens. 183


8. A Disciplina da Submissão

Atos de Submissão
A submissão e o serviço funcionam concomitantemente. Daí que grande parte do fluxo prático da submissão virá no próximo capítulo. Há, contudo, sete atos de submissão que serão comentados brevemente.
O primeiro ato de submissão é ao Deus Trino e Uno. No começo do dia esperamos diante do Pai, do Filho e do Espírito Santo, calmos e submissos. As primeiras palavras de nosso dia formam a oração de Thomas
de Kempis: “Como quiseres; o que quiseres; quando quiseres.” Submetemos o corpo, mente e espírito para propósitos divinos. Semelhantemente, o dia é vivido em atos de submissão entremeados de constantes demonstrações de submissão interior. Visto como as primeiras palavras matutinas são de submissão, assim também as últimas palavras da noite. Entregamos o corpo, mente e espírito nas mãos de Deus para que faça conosco conforme lhe apraz durante a longa escuridão.
O segundo ato de submissão é à Bíblia. Como nos submetemos à Palavra de Deus viva (Jesus), assim nos submetemos à Palavra de Deus escrita (a Bíblia).
Rendemo-nos primeiro para ouvir a Palavra; em segundo lugar para receber a Palavra, e em terceiro lugar para obedecer à Palavra. Buscamos o Espírito, que inspirou as Escrituras, para interpretá-las e aplicá-las à nossa condição. A palavra da Escritura, vivificada pelo Espírito Santo, vive conosco durante dia.



quinta-feira, 25 de junho de 2015

Mundo interior 197 - Livro: Celebração da Disciplina – mens. 182


8. A Disciplina da Submissão

Muitas vezes é extremamente difícil de definir os limites da submissão. Que dizer do parceiro matrimonial que se sente suprimido e impedido de realização pessoal por causa da carreira profissional do cônjuge? É esta uma forma legítima de autonegação ou é destrutiva? Que dizer do professor que é injusto ao dar nota a um aluno? Deve o aluno submeter-se ou deve resistir? Que dizer do empregador que promove seus empregados na base de favoritismo e de interesses pessoais? Que faz o empregado prejudicado, especialmente se a promoção é necessária para o bem de sua família?
Essas são questões extremamente complicadas pelo simples fato de que as relações humanas são complicadas. São questões que não se sujeitam a respostas simplistas. Não existe uma lei de submissão que cubra todas as situações.
Devemos ser cépticos no tocante às leis que pretendem aplicar-se a qualquer circunstância. A ética casuística sempre falha.
Não é fugir ao problema dizer que ao definir os limites da submissão somos lançados em uma profunda dependência do Espírito Santo. Afinal de contas, se tivéssemos um código de leis para cobrir todas as circunstâncias da vida, não necessitaríamos de dependência. O Espírito é um discernidor preciso dos pensamentos e dos intentos do coração, tanto dos outros como dos nossos. Ele será para nós um Mestre e Profeta presente e nos instruirá quanto ao que fazer em cada situação.




quarta-feira, 24 de junho de 2015

Mundo interior 196 - Disciplina – mens. 181


Livro: Celebração da 8. A Disciplina da Submissão

Estavam esses homens em oposição ao seu próprio princípio de autonegação e submissão? Não. Eles simplesmente entenderam que a submissão chega ao extremo de sua peia quando se torna destrutiva. Em verdade, eles exemplificaram a subordinação renovadora recusando-se com mansidão a obedecer a uma ordem destrutiva e dispondo-se a sofrer conseqüências. O pensador alemão Johannes Hamel disse que a subordinação inclui “a possibilidade de uma resistência orientada pelo espírito, de um repúdio apropriado e uma recusa pronta a aceitar o sofrimento neste ou
naquele ponto particular”.
Às vezes é fácil de ver os limites da submissão. Pede-se a uma mãe que bata em seu filho irracionalmente. Pede-se a uma criança que ajude numa prática ilegal.
Pede-se a um cidadão que viole os ditames da Escritura e da consciência por amor ao Estado. Em cada caso, o discípulo recusa, não com arrogância, mas num espírito manso e submisso.



terça-feira, 23 de junho de 2015

Mundo interior 195 - Livro: Celebração da Disciplina – mens. 180


8. A Disciplina da Submissão

Limites da Submissão
Os limites da Disciplina da submissão estão nos pontos em que ela se torna destrutiva. Ela se torna, pois, numa lei do amor conforme ensinada por Jesus e é uma afronta à verdadeira submissão bíblica (Mateus 5, 6, 7 e especialmente 22:37-39).
Pedro chamou os cristãos à submissão radical ao estado quando escreveu:
“Sujeitai-vos a toda instituição humana por causa do Senhor; quer seja ao rei, como soberano; quer às autoridades...” (1 Pedro 2:13, 14). Não obstante, quando o governo apropriadamente autorizado de seu tempo ordenou à igreja nascente que parasse de proclamar a Cristo, foi Pedro quem respondeu: “Julgai se é justo diante de Deus ouvirmos antes a vós outros do que a Deus; pois nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos” (Atos 4:19, 20). Em ocasião semelhante, Pedro declarou simplesmente: “Antes importa obedecer a Deus do que aos homens” (Atos 5:29).
Entendendo a vida de cruz de Jesus, Paulo disse: “Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores” (Romanos 13:1). Porém, quando Paulo viu que o Estado estava deixando de cumprir sua função ordenada por Deus de prover justiça para todos, ele admoestou-o com energia e insistiu em que o erro fosse corrigido (Atos 16:37).




segunda-feira, 22 de junho de 2015

Mundo interior 194 - Livro: Celebração da Disciplina – mens. 179


8. A Disciplina da Submissão

Talvez a mais perfeita ilustração de subordinação renovadora seja a pequenina carta a Filemom. Onésimo, escravo fugitivo de Filemom, fez-se cristão. Ele estava regressando voluntariamente para Filemom como parte do que para ele significava ser discípulo de Cristo. Paulo instou com Filemom a que recebesse Onésimo “não já como escravo; antes, muito acima de escravo, como irmão caríssimo” (Filemom 16). John Yoder observa: “Isto significa que Paulo está instruindo a Filemom. Filemom devia subordinar-se a
Onésimo pondo-o em liberdade. Ambos deviam ser mutuamente subordinados 'no temor de Cristo'“ (Efésios 5:21).
As epístolas não consagraram a estrutura social hierárquica existente. Fazendo universal a ordem à subordinação, elas a relativizaram e a minaram. Elas exigiam que os cristãos vivessem como cidadãos de uma nova ordem - e o aspecto mais fundamental desta nova ordem é a subordinação universal.




domingo, 21 de junho de 2015

Mundo interior 193 - Livro: Celebração da Disciplina – mens. 178


8. A Disciplina da Submissão

Quanto mais não seja, o ferrão do ensino atinge é o parceiro dominante.
Precisamos ver, também, que esses imperativos aos maridos, pais e senhores constituem outra forma de autonegação. São apenas outro conjunto de palavras para transmitir a mesma verdade, a saber, que podemos livrar-nos da necessidade de fazer as coisas segundo nosso entender. Se um marido ama a esposa, ele considerará suas necessidades. Ele estará disposto a considerá-la superior a si mesmo. Ele pode cuidar das necessidades de seus filhos e considerá-los superiores a si próprio (Filipenses 2:3).
Na carta aos Efésios, Paulo exorta os servos a viverem num espírito alegre, voluntário, dispostos a servir a seus senhores terrenos. Então exortou os senhores: “De igual modo procedei para com eles” (Efésios 6:9). Tal idéia era incrível aos ouvintes do primeiro século. Os servos eram tidos como propriedade de seus donos, não como seres humanos. Mas Paulo, com autoridade divina, aconselhou os senhores a suprirem as necessidades de seus servos.





sábado, 20 de junho de 2015

Mundo interior 192 - Livro: Celebração da Disciplina – mens. 177


8. A Disciplina da Submissão

Esta forma de endereçar o ensino moral aos subordinados culturais é, também, um contraste radical com a literatura da época. Os estóicos, por
exemplo, dirigiam-se somente à pessoa que se encontrava em elevada posição na ordem social, incentivando-a a fazer um bom trabalho nessa posição que ela já antevia como sua. Mas Paulo falou primeiro às pessoas que sua cultura recomendava não dirigir-se a elas, e chamou-as para a vida de cruz de Jesus.
A seguir, as epístolas se voltam para o parceiro culturalmente dominante no relacionamento e também o chamam para a vida de cruz de Jesus. O imperativo da subordinação é recíproco. “Maridos, amai a vossas esposas. ... Pais, não irriteis os vossos filhos. ... Senhores, tratai aos servos com justiça e com eqüidade...” (Colossenses 3:19-4:1 e textos paralelos). Com toda a certeza se objetará que a ordem para o parceiro dominante não emprega a linguagem da submissão. O que deixamos de ver é o quanto de submissão essas ordens exigiam do parceiro dominante em seu ambiente cultural. Para um marido, pai e senhor do primeiro século obedecer à injunção de Paulo significaria uma dramática diferença em seu comportamento. A esposa, o filho, o servo do primeiro século não teriam necessidade de efetuar a mínima mudança para obedecer à ordem de Paulo.





sexta-feira, 19 de junho de 2015

Mundo interior 191 - Livro: Celebração da Disciplina – mens. 176


8. A Disciplina da Submissão

“Esposas, sede submissas aos próprios maridos. .... Filhos, em tudo obedecei a vossos pais. ... Servos, obedecei em tudo aos vossos senhores...” (Colossenses 3:18-22 e passagens paralelas). O aspecto renovador deste ensino é que as pessoas, às quais a cultura do primeiro século não permitia escolha nenhuma, são consideradas como agentes morais livres.
Paulo deu responsabilidade moral pessoal aos que não tinham nenhum status legal ou moral em sua cultura. Ele faz com que as pessoas proibidas de tomar decisões, tomem decisões.
É surpreendente que Paulo os tenha chamado à subordinação, uma vez que já eram subordinados em virtude de seu lugar na cultura do primeiro século. A única razão significativa para tal ordem era o fato de que, por força da mensagem do evangelho, eles já se viam livres de um status subordinado na sociedade. O evangelho havia constatado todas as cidadanias de segunda classe como eram conhecidas. Paulo insistiu na subordinação voluntária, não por causa da posição deles na vida, mas porque “convém no Senhor” (Colossenses 3:18).



quinta-feira, 18 de junho de 2015

Mundo interior 190 - Livro: Celebração da Disciplina – mens. 175


8. A Disciplina da Submissão

A Disciplina da submissão tem sido terrivelmente mal interpretada e difamada por aqueles que falham em ver este contexto mais amplo. Submissão é um tema ético que percorre todo o Novo Testamento. É uma postura obrigatória a todos os cristãos: homens e mulheres, pais e filhos, senhores e servos. Ordena-se que vivamos uma vida de submissão porque Jesus viveu uma vida de submissão, e não porque estamos num determinado lugar ou posição na vida. A autonegação é uma postura que se ajusta aos que seguem o Senhor crucificado. Por todo o Haustafel, o único motivo que impele à submissão é o exemplo de Jesus.
Esta singular base lógica para a submissão é estonteante quando a comparamos com outros escritos do primeiro século. Neles havia um constante apelo à submissão porque foi assim que os deuses criaram as coisas; era uma estação na vida do homem. Nenhum escritor do Novo Testamento apela para a submissão nessa base. O ensino é revolucionário. Eles ignoraram por completo todos os costumes contemporâneos de sobre-ordenar e subordinar e chamaram a todos a considerar “cada um os outros superiores a si mesmo” (Filipenses 2:3).
As epístolas chamam à subordinação primeiramente os que, em virtude da própria cultura, já são subordinados.




quarta-feira, 17 de junho de 2015

Mundo interior 189 - Livro: Celebração da Disciplina – mens. 174


8. A Disciplina da Submissão

Subordinação Conforme Ensinada nas Epístolas
O exemplo de Jesus e o chamado para seguir o caminho da cruz em todas as relações humanas formam a base do ensino das epístolas sobre a submissão. O apostolo Paulo baseia o imperativo da igreja de considerar “cada um os outros superiores a si mesmo” na submissão e na autonegação do Senhor por nossa salvação. “A si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo” (Filipenses 2:4-7). O apóstolo Pedro, instruindo sobre a submissão, apelou diretamente para o exemplo de Jesus como motivo dela. “Porquanto para isto mesmo fostes chamados, pois que também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos... pois ele, quando ultrajado, não revidava com ultraje, quando maltratado não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga retamente” (1 Pedro 2:21-23). Como prefácio ao Haustafel Efésio (termo cunhado por Martinho Lutero que significa literalmente “mesa de casa”, daí uma tábua de regra para a família cristã), lemos: “Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo” (Efésio 5:21). O chamado para que os cristãos vivam a vida de cruz fundamenta-se na vida de cruz do próprio Cristo.



terça-feira, 16 de junho de 2015

Mundo interior 188 - Livro: Celebração da Disciplina – mens. 173


8. A Disciplina da Submissão

É impossível exagerar o caráter renovador da vida e ensino de Jesus neste ponto. Este caráter renovador acabou com todas as reivindicações para posição privilegiada e status. Pôs em vigor toda uma nova ordem de liderança. A vida de cruz de Jesus solapou todas as ordens sociais baseadas no poder e no auto-interesse.
Conforme observei anteriormente, Jesus chamou seus seguidores para viverem a vida de cruz. “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me” (Marcos 8:34). Ele disse claramente a seus discípulos: “Se alguém quer ser o primeiro, será o último e servo de todos” (Marcos 9:35).
Quando Jesus imortalizou o princípio da vida de cruz lavando os pés dos discípulos, ele acrescentou: “Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também” (João 13:15).
A vida de cruz é a vida de submissão voluntária. A vida de cruz é a vida de servo livremente aceita.




segunda-feira, 15 de junho de 2015

Mundo interior 187 - Livro: Celebração da Disciplina – mens. 172


8. A Disciplina da Submissão

Subordinação Renovadora Conforme Ensinada por Jesus
O mais radical ensino social de Jesus foi a inversão total que ele fez da noção contemporânea de grandeza. A liderança está em tornar-se servo de todos. O poder se descobre na submissão. O símbolo supremo desta radical condição de servo é a cruz. “[Jesus] a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte, e morte de cruz” (Filipenses 2:8). Mas observe isto: Cristo não somente morreu uma morte de cruz, ele viveu uma vida de cruz. O caminho da cruz, o caminho do servo sofredor, foi essencial ao seu ministério. Jesus viveu a vida de cruz em submissão ao próximo. Ele foi o servo de todos. Ele rejeitou de planos os títulos culturais de posição e poder quando disse: “Vós, porém, não queirais ser chamados Rabi. ... Nem vos chameis mestres” (Mateus 23:8-10, Ed. Rev. Cor.). Jesus rompeu os costumes de seu tempo quando sobreviveu à vida de cruz tomando a sério as mulheres e dispondo-se a encontrar-se com as crianças. Ele viveu a vida de cruz quando tomou uma toalha e lavou os pés dos discípulos.
Este Jesus que poderia facilmente ter pedido uma legião de anjos pra
ajudá-lo, preferiu escolher a morte de cruz do Calvário. A vida de Jesus foi a vida de cruz de submissão e serviço. A morte de Jesus foi a morte de cruz da conquista pelo sofrimento.



domingo, 14 de junho de 2015

Mundo interior 186 - Livro: Celebração da Disciplina – mens. 171


8. A Disciplina da Submissão

Homens e mulheres dos nossos tempos acham extremamente difícil ler os grandes mestres devocionais porque fazem uso tão pródigo da linguagem da autonegação. É-nos difícil abrir-nos às palavras de Thomas de Kempis: “Não formar opinião de nós mesmos, e sempre pensar em termos elevados com relação aos outros, é grande sabedoria e perfeição.” É difícil dar ouvidos às palavras de Jesus: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me” (Marcos 8:34). Tudo isto porque temos falhado em entender o ensino de Jesus de que o caminho da auto-realização passa pela autonegação. Salvar a vida é perdê-la; perdê-la por amor a Cristo é salvá-la (Marcos 8:35). George Matheson introduziu a hinologia da igreja este maravilhoso paradoxo meditante a autonegação:
“Faze-me um cativo, Senhor,
E livre então serei;
Obriga-me a entregar a espada,
E serei conquistador.
Nos alarmes da vida me afundo
Quando estou só;
Aprisiona-me em teus braços,
E forte minha mão será.”
Talvez o ar tenha sido suficientemente aclarado de modo que possamos considerar a autonegação como a libertação que ela realmente é. Devemos convencer-nos disto, porque, como ficou dito, a autonegação é a pedra de toque da Disciplina da submissão.




sábado, 13 de junho de 2015

Mundo interior 185 - Livro: Celebração da Disciplina – mens. 170


8. A Disciplina da Submissão

Autonegação não é a mesma coisa que desdenhar-se. O desdenhar a si mesmo alega que não temos valor, e mesmo que tivéssemos, deveríamos rejeitá-lo. A autonegação declara que somos de valor infinito e ainda nos mostra como percebê-lo. O autodesdém nega a bondade da criação; a autonegação afirma que ela foi realmente boa. Jesus fez da capacidade de amar-nos a nós mesmos o requisito indispensável para alcançarmos os outros (Mateus 22:39). O amor-próprio e a autonegação não estão em conflito. Jesus deixou perfeitamente claro, mais de uma vez, que a autonegação é o único meio seguro de amar-nos a nós mesmos. “Quem acha a sua vida, perdê-la-á” (Mateus 10:39).
Repito, devemos sublinhar para nós mesmos que a autonegação significa a liberdade de submeter-nos a outros. Significa manter os interesses alheios acima do nosso próprio. Desta maneira, a autonegação libera-nos da autopiedade.
Quando vivemos fora da autonegação, exigimos que as coisas andem segundo nosso entender. Quando não andam, voltamo-nos para a autopiedade. “Pobre de mim!” Exteriormente podemos submeter-nos, mas o fazemos num espírito de martírio. O espírito de autopiedade, de martírio, é sinal seguro de que a Disciplina da submissão malogrou. É por isso que a autonegação é a base da Disciplina; ela salva-nos da autopiedade.



sexta-feira, 12 de junho de 2015

Mundo interior 184 - Livro: Celebração da Disciplina – mens. 169


8. A Disciplina da Submissão

A negação de si mesmo faz aparecer em nossa mente toda espécie de imagens de aviltamento e de ódio de si mesmo. Imaginamos que, com absoluta certeza, significa a rejeição de nossa individualidade e provavelmente nos conduzirá a várias formas de automortificação.
Pelo contrário, Jesus nos chamou a negar-nos a nós mesmos sem querer que nos odiemos a nós mesmos. A autonegação é simplesmente uma
forma de vir a entender que não temos de fazer nossa própria vontade. Nossa felicidade não depende de conseguir o que desejamos.
Autonegação não significa a perda de nossa identidade, como pensam alguns. Sem identidade não poderíamos nem mesmo sujeitar-nos uns aos outros. Perdeu Jesus a identidade quando voltou o rosto para o Gólgota? Perdeu Pedro a identidade quando respondeu à ordem de Jesus de carregar sua cruz: “Segue-me” (João 21:19)? Perdeu Paulo a identidade quando se entregou Àquele que havia dito:
“Pois eu lhe mostrarei quanto lhe importa sofrer pelo meu nome” (Atos 9:16)?
Claro que não. Sabemos que o contrário é verdadeiro. Eles encontraram identidade no ato de negar-se a si mesmos.


quinta-feira, 11 de junho de 2015

Mundo interior 183 - Livro: Celebração da Disciplina – mens. 168


8. A Disciplina da Submissão

Pedra de Toque
Como talvez você tenha notado, entrei no assunto da submissão pela porta dos fundos. Comecei explicando que ela faz por nós antes de definir o que ela é. Assim fiz com uma finalidade. Muitos de nós temos sido expostos a uma forma tão mutilada de submissão bíblica que ou temos aceito a deformidade ou temos rejeitado totalmente a Disciplina. A primeira atitude leva-nos a odiar-nos a nós mesmos; a Segunda conduz à arrogância. Antes de nos agarrarmos às pontas do dilema, consideremos uma terceira alternativa.
A pedra de toque para o entendimento bíblico da submissão é Marcos 8:34:
“Então, convocando a multidão e juntamente os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me.”
Quase instintivamente recusamos em face dessas palavras. Sentimo-nos muito mais à vontade com palavras como “auto-realização” do que com a idéia de “negação de si mesmo”. (Em realidade, o ensino de Jesus sobre a negação de si mesmo é a única coisa que geralmente traz auto-realização.)



quarta-feira, 10 de junho de 2015

Mundo interior 182 - Livro: Celebração da Disciplina – mens. 167


8. A Disciplina da Submissão

A preocupação por um espírito de apreço a outras pessoas permeia todo o Novo Testamento. O antigo pacto estipulava que não devemos matar. Jesus, porém, acentuou que o verdadeiro problema era o espírito interior de homicídio com o qual consideramos as pessoas. O mesmo se verifica com o problema da submissão; o verdadeiro problema é o espírito de consideração e deferência que temos quando estamos com outras pessoas.
Na submissão estamos, afinal, livres para valorizar outras pessoas. Seus sonhos e planos tornam-se importantes para nós. Entramos numa nova, maravilhosa e gloriosa liberdade - a liberdade de abrir mão de nossos próprios direitos para o bem do próximo. Pela primeira vez podemos amar as pessoas incondicionalmente.
Abrimos mão do direito que temos de que elas retribuam nosso amor. Já não sentimos que temos de ser tratados de determinado modo. Podemos regozijar-nos com os sucessos delas. Sentimos verdadeiro pesar por seus
fracassos. Pouco importa que nossos planos se frustrem, se os delas têm êxito. Descobrimos que é muito melhor servir ao próximo do que fazer como bem entendemos.
Você conhece o livramento que há em abrir mão de seus direitos? Significa que você está livre da ira fervente e da amargura que sente quando a atitude de alguém não é a que você esperava. Significa que, afinal, você pode quebrar a perversa lei de comércio: “Você coça minhas costas, eu coço as suas; você faz sangrar meu nariz, eu faço sangrar o seu.” Significa liberdade de obedecer à ordem de Jesus: “Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem” (Mateus 5:44). Significa que, pela primeira vez, entendemos como é possível render o direito de retaliar: “A qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra” (Mateus 5:39).



terça-feira, 9 de junho de 2015

Mundo interior 181 - Livro: Celebração da Disciplina – mens. 166


8. A Disciplina da Submissão

Só na submissão é que nos capacitamos a levar esse espírito a um lugar onde ele não mais nos controle.
Só a submissão pode livrar-nos suficientemente para capacitar-nos a distinguir os problemas autênticos e a obstinada vontade-própria.
Se ao menos pudéssemos ver que a maioria das coisas na vida não são problemas importantes, então poderíamos dar-lhes pouca importância. Descobrimos que não são grande coisa. Por isso dizemos com freqüência; “Bem, não me importo”, quando o que realmente queremos dizer (e o que transmitimos aos outros) é que nos importamos um bocado. É precisamente aqui que a Disciplina do silêncio se ajusta tão bem a todas as demais Disciplinas. Em geral, o melhor modo de lidar com a maioria das questões de submissão é ficar calado. Há necessidade de um espírito de graça todo-abrangente que ultrapasse qualquer tipo de linguagem ou ação. Quando assim procedemos, libertamos os outros e a nós também.
O ensino bíblico sobre a submissão concentra-se, antes de tudo, no espírito com que vemos as outras pessoas. A Escritura não tenta expor uma série de relacionamentos hierárquicos, mas comunicar-nos uma atitude interior de mútua subordinação. Pedro, por exemplo, apelou para os escravos de seu tempo a que vivessem em submissão a seus senhores (1 Pedro 2:18). O conselho parece desnecessário até percebermos que é perfeitamente possível obedecer a um senhor sem viver num espírito de submissão a ele. Exteriormente podemos fazer o que as pessoas pedem e internamente estar em rebeldia contra elas.



segunda-feira, 8 de junho de 2015

Mundo interior 180 - Livro: Celebração da Disciplina – mens. 165


8. A Disciplina da Submissão

Liberdade na Submissão
Eu disse que toda Disciplina tem sua liberdade correspondente. Que liberdade corresponde à submissão? É a liberdade de render a terrível carga de sempre necessitar de fazer as coisas ao nosso próprio modo. A obsessão de exigir que as coisas marchem de acordo com a nossa vontade é uma das maiores escravidões da sociedade humana hodierna. As pessoas passam semanas, meses, até mesmo anos em perpétua agonia porque alguma coisinha não lhes saiu como desejavam. Elas queixam-se e se revoltam. Ficam furiosas e agem como se sua própria vida dependesse disso. Podem até adquirir úlceras por causa da situação.
Na Disciplina da submissão ficamos livres para deixar de lado a questão, para esquecê-la. Francamente, a maioria das coisas na vida não são tão importantes como pensamos. Nossa vida não se acaba se isto ou aquilo não acontece.
Se você observar essas coisas, há de ver, por exemplo, que todas as lutas e divisões na igreja ocorrem porque as pessoas não têm a liberdade de submeter-se umas às outras. Insistimos em que está em jogo um problema crítico; estamos lutando por um princípio sagrado. Talvez seja verdade. Geralmente não o é. Com freqüência não significaria não conseguir as coisas do nosso jeito.




domingo, 7 de junho de 2015

Mundo interior 179 - Livro: Celebração da Disciplina – mens. 164


8. A Disciplina da Submissão

Toda Disciplina tem sua liberdade correspondente. Se me preparei na arte da retórica, estou livre para proferir um comovente discurso quando a ocasião o exigir. Demóstenes ficou livre para ser orador somente porque suportou a disciplina de falar mais alto do que o rugido do oceano, com pedrinhas na boca.
O propósito das Disciplinas é a liberdade. Nosso objetivo é a liberdade, não a Disciplina. No momento em que fazemos da Disciplina nosso foco central, tornamo-la em lei e perdemos a correspondente liberdade.
As Disciplinas não têm, em si mesmas, nenhum valor. Elas só têm valor como meio de colocar-nos diante de Deus de sorte que ele possa dar-nos a libertação que buscamos. A libertação é o alvo; as Disciplinas são meramente os meios. Elas não são a resposta; apenas nos conduzem à Resposta. Devemos entender com clareza esta limitação das Disciplinas se quisermos evitar a escravidão. Não só devemos entendê-la, mas precisamos sublinhá-la para nós mesmos repetidas vezes, tão grave é nossa tentação de concentrar-nos nas Disciplinas.
Concentremo-nos sempre e Cristo e consideremos as Disciplinas Espirituais como um meio de aproximar-nos mais do coração do Mestre.




sábado, 6 de junho de 2015

Mundo interior 178 - Livro: Celebração da Disciplina – mens. 163


8. A Disciplina da Submissão

“O cristão é o mais livre de todos os senhores, e não está sujeito a ninguém; o cristão é o mais submisso de todos os servos, e está sujeito a todo mundo.” - Martinho Lutero

De todas as Disciplinas Espirituais, nenhuma tem sofrido mais do que a Disciplina da submissão. De certo modo, a espécie humana tem uma habilidade extraordinária para tomar o melhor ensino e transformá-lo nos piores fins. Nada pode escravizar tanto as pessoas como na religião tem feito mais para manipular e destruir as pessoas do que um ensino deficiente sobre a submissão. Portanto, devemos entrar nesta Disciplina com grande cuidado e discernimento a fim de garantir que somos ministros da vida e não da morte.




sexta-feira, 5 de junho de 2015

Mundo interior 177 - Livro: Celebração da Disciplina – mens. 162


7. A DISCIPLINA DA SOLITUDE

Na Disciplina do estudo examinamos a idéia de retiros de estudo de dois ou três dias. Tais experiências quando combinadas com uma imersão interior no silêncio de Deus, são enaltecidas. À semelhança de Jesus, devemos afastar-nos das pessoas de modo que possamos estar verdadeiramente presentes quando estivermos com elas. Faça um retiro uma vez por ano, sem outro propósito em mente que não a solitude.
O fruto da solitude é aumento de sensibilidade e compaixão por outros. Surge uma nova liberdade para estar com as pessoas. Há uma nova atenção para com suas mágoas. Thomas Merton observou:
“É na profunda solitude que encontro afabilidade com a qual posso verdadeiramente amar a meus irmãos. Quanto mais solitário estou, tanto mais afeição sinto por eles. É pura afeição e cheia de reverência pela solitude dos outros. Solitude e silêncio ensinam-me a amar meus irmãos pelo que eles são, e não pelo que dizem.”
Não sente você um toque, um anseio de aprofundar-se no silêncio e solitude de Deus? Não deseja uma exposição mais profunda, mais completa à Presença de Deus?
A Disciplina da solitude é que abrirá a porta. Você está convidado a vir e “ouvir a voz de Deus em seu silêncio todo-abrangente, maravilhoso, terrível, suave e amoroso”.



quinta-feira, 4 de junho de 2015

Mundo interior 176 - Livro: Celebração da Disciplina – mens. 161


7. A DISCIPLINA DA SOLITUDE

Quatro vezes por ano retire-se durante três a quatro horas com a finalidade de reorientar os alvos de sua vida. Isto pode ser facilmente feito em uma noite.
Fique até tarde no escritório, faça-o em casa, ou procure um canto sossegado em uma biblioteca pública. Reavalie suas metas e objetivos. Que é que você deseja ver realizado daqui a um ano? Daqui a dez anos? Nossa tendência é superestimar em alto grau o que podemos realizar em dez. Estabeleça metas realistas, mas esteja disposto a sonhar, esforçar-se. No sossego dessas breves horas, ouça o trovão do silêncio de Deus. Mantenha um registro diário do que lhe acontece.
A reorientação e fixação de metas não precisam ser frias e calculadas, como alguns imaginam, feitas com uma mentalidade de análise de mercado. Pode ser que, ao entrar num silêncio atento, você receba a deliciosa impressão de que este ano deseja aprender a tecer ou trabalhar com cerâmica. Essa lhe parece uma meta muito terrestre, antiespiritual? Deus está intencionalmente interessado em tais questões. Está você? Talvez você deseje aprender (experimentar) mais acerca dos dons espirituais de milagres, de cura e de língua. Ou você pode fazer, como um amigo que sei que está gastando longos períodos de tempo experimentando o Dom de socorros, aprendendo a ser servo. Talvez no próximo ano você gostaria de ler todas as obras de C. S. Lewis ou de D. Elton Trueblood. A escolha desses alvos soa-lhe como jogo de manipulação de um vendedor? Claro que não. Não se trata de meramente estabelecer uma direção para sua vida. Você está indo para algum lugar, por isso é muito melhor ter uma direção fixada pela comunhão com o Centro divino.



quarta-feira, 3 de junho de 2015

Mundo interior 175 - Livro: Celebração da Disciplina – mens. 160


7. A DISCIPLINA DA SOLITUDE

Discipline-se, de modo que as suas palavras sejam poucas mas digam muito.
Torne-se conhecido como uma pessoa que, quando fala, sempre tem algo a dizer.
Mantenha clara sua linguagem. Faça o que diz que fará. “Melhor é que não votes do que votes e não cumpras” (Eclesiastes 5:5). Quando a língua se encontra sob a nossa autoridade, as palavras de Bonhoeffer se tornam verdadeiras com relação a nós: “Muita coisa desnecessária fica por dizer. Mas a coisa essencial e útil pode ser dita em poucas palavras.”
Dê outro passo. Tente viver um dia inteiro sem proferir palavra alguma. Faça-o, não como uma lei, mas como um experimento. Note seus sentimentos de desamparo e excessiva dependência das palavras para comunicar-se. Procure encontrar novos meios de relacionar-se com outros, que não dependam de palavras. Aproveite, saboreie o dia. Aprenda com ele.




terça-feira, 2 de junho de 2015

Mundo interior 174 - Livro: Celebração da Disciplina – mens. 159


7. A DISCIPLINA DA SOLITUDE

Encontre lugares fora de sua casa: um local num parque, o santuário de uma igreja (dessas que mantêm abertas suas portas), mesmo um depósito em algum lugar. Um centro de retiro perto de nós construiu uma bonita cabana para uma pessoa, especificamente para meditação particular e solitude. Chama-se “Lugar Tranqüilo”. As igrejas investem somas enormes de dinheiro em edifícios. Que tal construir um lugar onde alguém possa ir para estar a sós durante alguns dias? Catherine de Haeck Doherty foi a pioneira no desenvolvimento de Poustinias (palavra russa que significa “deserto”) na América do Norte. São lugares destinados especificamente para solitude e silêncio.
No capítulo sobre estudo, consideramos a importância de observar a nós mesmos para ver com que freqüência nossa conversa é uma tentativa frenética de explicar e justificar nossas ações. Tendo observado isto em você mesmo, experimente praticar ações sem nenhuma palavra de explicação. Note seu senso de temor de que as pessoas entendam mal você por que você fez o que fez. Tente deixar que Deus seja seu justificador.




segunda-feira, 1 de junho de 2015

Mundo interior 173 - Livro: Celebração da Disciplina – mens. 158


7. A DISCIPLINA DA SOLITUDE

De quando em quando, dirigindo um carro lotado de crianças e adultos conversadores, eu exclamava: “Vamos brincar de fazer silêncio e ver se ficamos absolutamente calados até chegarmos ao aeroporto” (cerca de cinco minutos adiante). Funcionava. Encontre nova alegria e significado no pequeno trecho que vai do metrô ou do ponto de ônibus até à sua casa. Saia um pouquinho antes de ir deitar-se, e prove da noite silenciosa.
Muitas vezes perdemos esses pequeninos lapsos de tempo. Que pena! Eles podem e deveriam ser redimidos. São momentos para silêncio interior, para reorientar nossas vidas como o ponteiro de uma bússola. São pequenos momentos que nos ajudam a estar genuinamente presentes onde estamos.
Que mais podemos fazer? Podemos encontrar ou criar um “lugar tranqüilo” para silêncio e solitude. Constantemente estão sendo construídas novas casas. Por que não insistir em que um pequeno santuário interior seja incluído nas plantas, um pequeno lugar onde um membro da família possa estar a sós e em silêncio? Que é que nos impede? Construímos esmeradas salas de estar, e achamos que vale a pena a despesa. Se você já possui uma casa, considere murar uma pequena seção da garagem ou pátio. Se mora num apartamento, seja criativo e ache outros meios de permitir-se a solitude. Sei de uma família que tem uma cadeira especial; sempre que uma pessoa se assenta nela, é como estar dizendo:
“Por favor, não me amole; quero estar a sós.”