quarta-feira, 4 de junho de 2014

C.S. Lewis – O principal pecado

             Extraído do livro: Um ano com C.S. Lewis – Ed. Ultimato
             Original do livro: Cristianismo Puro e Simples

 Existe um único pecado do qual nenhum ser humano está livre e que todos odeiam.
 Ninguém neste mundo está livre desse pecado quando o vê em outra pessoa; dificilmente alguma pessoa, que não seja cristã, imagina que um dia possa ser acusada desse pecado. Já ouvi pessoas admitindo que têm mau humor ou que sejam covardes. Mas não acho que tenha ouvido uma pessoa, que não seja cristã, acusar-se desse pecado. E, ao mesmo tempo, muito raramente encontrei qualquer outro ser humano, que não fosse cristão, mostrando a menor misericórdia para com isso nas outras pessoas. Não há falha humana que torne o homem menos popular, e nenhuma da qual estejamos menos conscientes.
 O pecado a que estou me referindo é o do orgulho e da presunção. E a virtude contrária a ele na moral cristã chama-se humildade. Talvez você se recorde de que, ao falar da moral sexual, disse que esta não se constituía o centro da moral cristã. Com isso, chegamos ao ponto central. Dizem os educadores cristãos, que o pecado principal, a mais hedionda maldade, chama-se orgulho. Falta de amor, raiva, ambição, bebedeira e tudo o mais não passam de bagatelas em comparação a ele. Foi pelo orgulho que o Diabo se transformou em Diabo. O orgulho leva a todos os demais pecados; trata-se de um estado mental totalmente anti-Deus [...]

[…] Os cristãos têm razão: o orgulho tem sido a principal causa da miséria em todas as nações e em todas as famílias, desde que o mundo é mundo.
Outros vícios podem até unir as pessoas. Você poderá encontrar um bom companheiro, contar piadas e ver cordialidade até mesmo entre bêbados ou pessoas desonestas. Mas o orgulho sempre significa inimizade – ele é inimizade. Inimizade não apenas entre seres humanos, mas inimizade contra Deus.

Em Deus, nos deparamos com algo que é incomparavelmente superior a nós, em todos os sentidos. Se você não conhece a Deus dessa maneira – e, portanto, não se reconhece como um nada em comparação a Ele – simplesmente você não conhece a Deus. Uma pessoa orgulhosa está sempre olhando de cima para baixo para os outros. É claro que, enquanto você se mantiver olhando para baixo, não terá como enxergar o que se encontra acima de sua cabeça.

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