terça-feira, 14 de abril de 2020

BIBLIA EM ORDEM CRONOLOGICA - VT - 3-Descendentes de Adão

3. Descendentes de Adão
A. Nascimento de Matusalém (57ª. Geração)
3288 a.C.

1 Crônicas 1:3
3 Enoque, Matusalém, Lameque, Noé.

21 Aos 65 anos, Enoque gerou Matusalém.

Explicação
1 Cr 1:1-9:44
As genealogias demonstram, de modo sucinto, o vínculo entre a comunidade restaurada e o passado. Os atos poderosos de Deus a favor de Israel antes da ascensão de Davi não são mencionados diretamente, mas as genealogias servem de esboço da história, a fim de demonstrar que o Israel da restauração está no centro do propósito divino desde o início (a partir de Adão v. 1). E as genealogias também servem de uma maneira prática para legitimar o presente. Fornecem a base para sustentar a pureza étnica e religiosa do povo. Estabelece, ainda, a linhagem contínua de sucessão real e a legitimidade dos sacerdotes para o serviço no templo pós-exílico.

1 Cr 1:1-2:1
Aqui o cronista trata do período desde Adão até Jacó, e o material é extraído quase exclusivamente de Gênesis. As linhagens subsidiárias de descendência são apresentadas em primeiro lugar: Jafé e Cam (v. 5-16) são citadas antes de Sem (v. 17-27), os filhos de Sem separados dos que pertencem à linhagem de Abraão (v. 17-23) antes da referida linhagem (v. 24-27); os filhos das concubinas de Abraão (v. 28-33) antes da linhagem de Isaque (v. 34); os descendentes de Esaú e as casas reais de Edom (v. 35-54) antes dos filhos de Israel (2:1). Em cada caso, a linhagem é colocada em último lugar.
Várias características dessa genealogia destacam-se notavelmente ao serem comparadas com materiais não-bíblicos. A genealogia começa se introdução alguma. Duas seções de genealogia estão destituídas de termos que denotam graus de parentesco e não passam de linhas de nomes: os 13 primeiros nomes (v. 1-4 e v. 24-27). Nos v. 5-16 (e depois do v. 27) são empregados termos que denotam graus de parentesco. Estão incluídas genealogias tanto segmentadas (aquelas que rastreiam várias linhagens de descendência) quanto lineares (aquelas que rastreiam uma única linhagem). Essa estrutura idêntica aparece como exemplo na Lista dos Reis da Assíria: não há introdução, e o escriba traçou linhas atravessando a tábua, dividindo-a em quatro seções, das quais duas são listas de nomes sem termos que indicam graus de parentesco, alternando-se com duas linhas nas quais estão especificados os graus de parentesco; são usadas genealogias segmentadas, bem como lineares. Esse fato dá a entender que o cronista está seguindo um padrão literário conhecido para a sua composição.

1 Cr 1:1-4
Da criação até o Dilúvio. Essa lista é tirada de Gn 5:1-32. A omissão de Caim e Abel demonstra o interesse do cronista pela linhagem escolhida (v. Gn 4:147-25).


B. Nascimento de Lameque (56ª. Geração)
3101 a.C.

25 Aos 187 anos, Matusalém gerou Lameque.

C. Morte de Adão (930 anos)
3045 a.C.

4 Depois que gerou Sete, Adão viveu 800 anos e gerou outros filhos e filhas.
5 Viveu ao todo 930 anos e morreu.

Explicação
Gn 5:5
930 anos. v.27; 6-:3. Não se sabe ao certo se as altas cifras referentes à longevidade humana nos primeiros capítulos de Gênesis são literais ou tem função literária, a título de convenção – ou as duas coisas. Alguns acreditam que várias dessas cifras tenham significado simbólico, como Enoque, com 365 anos (v. 23, sendo 365 dias o equivalente a um ano, simbolizando uma vida completa), e os 777 anos de Lameque (v. 31, sendo 777 expansão e multiplicação de 7, o número da perfeição; v. as “setenta e sete” vezes do outro Lameque em 4:24). O fato de existirem exatamente dez nomes na lista de Gn 5 (como na genealogia de 11:10-26) torna provável que essa lista inclua lacunas, cuja duração talvez seja resumida nas cifras altas. Outras genealogias antigas, fora da Bíblia, exibem cifras também altas. Por exemplo, conta-se que 3 reis de uma lista suméria (que também contém exatamente 10 nomes) teriam reinado 72 mil anos cada um - período obviamente exagerados.
e morreu. Repetido como triste refrão por todo o capítulo, sendo Enoque a única exceção. A expressão é uma lembrança áspera do juízo divino contra o pecado decorrente da queda de Adão.


D. Enoque anda com Deus

22 Depois que gerou Matusalém, Enoque andou com Deus 300 anos e gerou outros filhos e filhas.
23 Viveu ao todo 365 anos.
Explicação
Gn 5:22
andou com Deus. A expressão substitui a palavra “viveu” dos demais parágrafos do capítulo, fazendo lembrar que há diferença entre andar com Deus e simplesmente viver.


E. Translado de Enoque (365anos)
2988 a.C.

24 Enoque andou com Deus; e já não foi encontrado, pois Deus o havia arrebatado.
Explicação
Gn 5:24
e já não foi encontrado, pois Deus o havia arrebatado. A expressão substitui o “e morreu” dos demais parágrafos do capítulo. Assim como Elias que foi “levado” (2Rs 2:11) ao céu, Enoque foi arrebatado (v. Sl 49:15; 73:24) à presença de Deus sem experimentar a morte (Hb 11:5). Lameque, o sétimo a partir de Adão na genealogia de Caim, era o mal personificado. Mas “Enoque, o sétimo a partir de Adão” (Jd 14) na genealogia de Sete, “recebeu testemunho de que tinha agradado a Deus” (Hb 11:5)


F. Morte de Sete (912 anos)
2933 a.C.

7 Depois que gerou Enos, Sete viveu 807 anos e gerou outros filhos e filhas.
8 Viveu ao todo 912 anos e morreu.

G. Nascimento de Noé (55ª. Geração)
2919 a.C.

28 Aos 182 anos, Lameque gerou um filho.
29 Deu-lhe o nome de Noé e disse: "Ele nos aliviará do nosso trabalho e do sofrimento de nossas mãos, causados pela terra que o SENHOR amaldiçoou".

H. Morte de Enos (905 anos)
2835 a.C.

10 Depois que gerou Cainã, Enos viveu 815 anos e gerou outros filhos e filhas.
11 Viveu ao todo 905 anos e morreu.

I. Morte de Cainã (910 anos)
2740 a. C.

13 Depois que gerou Maalaleel, Cainã viveu 840 anos e gerou outros filhos e filhas.
14 Viveu ao todo 910 anos e morreu.

J. Morte de Maalaleel (895 anos)
2685 a. C.

16 Depois que gerou Jarede, Maalaleel viveu 830 anos e gerou outros filhos e filhas.
17 Viveu ao todo 895 anos e morreu.

K. Morte de Jarede (962anos)
2553 a.C.

19 Depois que gerou Enoque, Jarede viveu 800 anos e gerou outros filhos e filhas.
20 Viveu ao todo 962 anos e morreu.

4. A vida e os tempos de Noé
A. Os filhos de Deus casam-se com as filhas dos homens, e a civilização se corrompe
2553-2439 a.C.

Genesis 6:1-7
1 Quando os homens começaram a multiplicar-se na terra e lhes nasceram filhas,
2 os filhos de Deus viram que as filhas dos homens eram bonitas e escolheram para si aquelas que lhes agradaram.
3 Então disse o Senhor: "Por causa da perversidade do homem, meu Espírito não contenderá com ele para sempre; e ele só viverá cento e vinte anos".
4 Naqueles dias havia nefilins na terra, e também posteriormente, quando os filhos de Deus possuíram as filhas dos homens e elas lhes deram filhos. Eles foram os heróis do passado, homens famosos.
5 O Senhor viu que a perversidade do homem tinha aumentado na terra e que toda a inclinação dos pensamentos do seu coração era sempre e somente para o mal.
6 Então o Senhor arrependeu-se de ter feito o homem sobre a terra; e isso cortou-lhe o coração.
7 Disse o Senhor: "Farei desaparecer da face da terra o homem que criei, os homens e também os animais grandes, os animais pequenos e as aves do céu. Arrependo-me de havê-los feito".

Genesis 6:11-12
11 Ora, a terra estava corrompida aos olhos de Deus e cheia de violência.
12 Ao ver como a terra se corrompera, pois toda a humanidade havia corrompido a sua conduta,
Explicação
Gn 6:2
Filhos de Deus viram [...] filhas dos homens [...] e escolheram. Cf. V.4. A expressão “filhos de Deus” tem sido interpretada aqui em referência ou a anjos ou a seres humanos. Em textos como Jó1:6 e 2:1, refere-se a anjos, e talvez também em Sl 29:1 (em que é traduzida por “poderosos”). Alguns intérpretes também recorrem a Jd 6 e 7 (bem como aos escritos judaicos) para associar a expressão aos anjos. Para outros, no entanto, o casamento misto e a coabitação entre anjos e seres humanos, embora sejam comumente mencionados nas mitologias antigas, são certamente excluídos pela própria natureza da ordem criada (cap. 1; Mc 12:25). Em outros contextos expressões equivalentes a “filhos de Deus” muitas vezes se referem a seres humanos, embora em contextos diferentes do que aqui temos (v. Dt 14:1; 32:5; Sl 73:15; Is 43:6; Os 1:10; 11:1; Lc 3:38; 1 Jo 3:1,2,10). “Filhos de Deus” (v.2,4) possivelmente se referem a homens piedosos, e “filhas dos homens” a mulheres pecaminosas (é significativo que não sejam chamadas “filhas de Deus”), provavelmente da linhagem ímpia de Caim. Nesse caso, o contexto faz crer que os v. 1 e 2 dizem respeito ao casamento misto entre os seteístas (“filhos de Deus”) do cap 5 com as caimitas (“filhas dos homens”) do cap 4, o que revela uma interpretação na separação entre os dois grupos. Outra hipótese digna de confiança é que “filhos de Deus” refere-se a personagens da realeza (os reis estavam estreitamente associados aos deuses no antigo Oriente Médio), que, com sua soberba, perpetuaram e agravaram o estilo de vida corrupto de Lameque, filho de Caim (praticamente uma personagem régia) e estabeleceram para si mesmos aréns reais.

Gn 6:3
Duas expressões fundamentais no original hebraico desse versículo são obscuras: a traduzida por “não contenderá com” e a traduzida por “por causa da perversidade”. O versículo parece avisar que o período de graça entre a decretação do juízo divino e sua execução seria de 120 anos (cf. 1Pe 3:20). Mas, uma vez que aceite a interpretação da nota textual NVI, o versículo proclamaria que a duração da vida do homem dali em diante seria limitada a 120 anos (v., porém 11:10-26)

Gn 6:4
nefilins. Pessoas de grande porte e força (v. Nm 13:31-33). A palavra hebraica sognifica “caídos”. Aos olhos homens, eram “os heróis da antiguidade, homens famosos”, mas aos olhos de Deus eram pecadores (“caídos”) prontos para a condenação.

Gn 6:5
Uma das referências mais vívidas na Bíblia à depravação absoluta. E, como a situação do homem permaneceu inalterada, a situação não melhorou após o dilúvio (8:21)

Gn 6:6
o Senhor arrependeu-se [...] cortou-lhe o coração. O pecado do homem é a tristeza de Deus (v. Ef 4:30).

Gn 6:7
Farei desaparecer da face da terra o homem. O período da graça (cf. v.3) estava chegando ao fim.
Amimais grandes [...] pequenos [...] aves. O mundo animal - embora moralmente inocentes - participou do castigo do homem por abranger criaturas debaixo do governo humano corrupto.


B. Instruções para construção da arca

Genesis 6:8
8 A Noé, porém, o Senhor mostrou benevolência.
Genesis 6:13-21
13 Deus disse a Noé: "Darei fim a todos os seres humanos, porque a terra encheu-se de violência por causa deles. Eu os destruirei juntamente com a terra.
14 Você, porém, fará uma arca de madeira de cipreste; divida-a em compartimentos e revista-a de piche por dentro e por fora.
15 Faça-a com cento e trinta e cinco metros de comprimento, vinte e dois metros e meio de largura e treze metros e meio de altura.
16 Faça-lhe um teto com um vão de quarenta e cinco centímetros entre o teto e corpo da arca. Coloque uma porta lateral na arca e faça um andar superior, um médio e um inferior.
17 "Eis que vou trazer águas sobre a terra, o Dilúvio, para destruir debaixo do céu toda criatura que tem fôlego de vida. Tudo o que há na terra perecerá.
18 Mas com você estabelecerei a minha aliança, e você entrará na arca com seus filhos, sua mulher e as mulheres de seus filhos.
19 Faça entrar na arca um casal de cada um dos seres vivos, macho e fêmea, para conservá-los vivos com você.
20 De cada espécie de ave, de cada espécie de animal grande e de cada espécie de animal pequeno que se move rente ao chão virá um casal a você para que sejam conservados vivos.
21 E armazene todo tipo de alimento, para que você e eles tenham mantimento".

Explicação
Gn 6:14
arca. O equivalente hebraico dessa palavra é usado em outra parte da Bíblia somente em referência ao cesto que salvou o nenê Moisés (Ex 2:3,5)
revista-a de pixe. Foi desta mesma maneira que a mãe de Moisés impermeabilizou o cesto dele (v.Ex 2:3)

Gn 6:16
teto. Talvez sobressalente, para não deixar a chuva entrar.
vão de quarenta e cinco centímetros. É provável que a arca de Noé tivesse uma série de janelas pequenas (v. 8:6) ao redor de toda embarcação, a 45 cm do teto, para entrada de luz e ar.

Gn 6:17
o Dilúvio, para destruir debaixo do céu toda criatura. Alguns acreditam que o dilúvio foi mundial, em parte por causa dos termos aparentemente universais do texto - tanto aqui como em outros lugares (v. 7, 12, 13; 7:4,19, 21-23; 8:21; 9:11,15). Para outros, nada na narrativa dos capítulos 6 a 9 impede que o dilúvio seja considerado regional - destruindo tudo dentro de seu alcance, mas de abrangência relativamente limitada - e universal somente da perspectiva do conhecimento geográfico de Moisés. A “terra”, e.g., pode ser definida no sentido mais restrito de “região”, “país” (v.2:5). “... toda criatura” pode significar toda vida dentro da percepção de Noé. (V. a linguagem universal empregada em referência à seca e à fome nos dias de José - 41:54, 57). Como o propósito das águas do dilúvio era destruir a humanidade pecaminosa (cf. v. 13) e o escritor (Moisés) possivelmente tinha em mente apenas os habitantes do antigo Oriente Médio, esse dilúvio talvez não precisasse abranger o mundo inteiro para destruí-los. O apóstolo Pedro, no entanto, parece tomar por certo que o dilúvio e sua devastação foram universais e totais, excetuando-se Noé e sua família (2Pe 3:6).

Gn 6:18
aliança. Noé só compreenderia as plenas implicações da aliança que Deus firmara com ele depois que as águas do dilúvio secaram (v. 9:8-17).
entrará na arca. A história de como Noé foi salvo do dilúvio ressalta que Deus redime os seus filhos (v. Hb 11:7; 2Pe 2:5) e tipifica o batismo (v. 1Pe 3:20-21).
com seus filhos, sua mulher e as mulheres de seus filhos. Deus estende toda sua solicitude amorosa a toda a família do justo Noé - padrão constante no modo de Deus lidar com seu povo, salientando o relacionamento moral e responsável entre pais e filhos (v. 17:7-27; 18:19; Dt 30:19; Sl 78:1-7; 102:28; 103:17-18; 112:1-2; At 2:38-39; 16:31; 1Co 7:14).

Gn 6:19
um casal de cada um dos seres vivos [...] para conservá-los vivos. A maioria dos animais estava condenada a morrer no dilúvio, mas pelo menos um casal de cada tipo foi preservado para reabastecer a terra depois que o nível das água baixasse.


C. Nascimento dos filhos de Noé
2419 a.C.

32 Aos 500 anos, Noé tinha gerado Sem, Cam e Jafé.

9 Esta é a história da família de Noé: Noé era homem justo, íntegro entre o povo da sua época; ele andava com Deus.
10 Noé gerou três filhos: Sem, Cam e Jafé.

1 Crônicas 1:4
4 Estes foram os filhos de Noé: Sem, Cam e Jafé.

1) Jafé
2) Sem (54ª.geração)
2417 a.C.
3) Cam
C. 2415 (r) / c. 2416 (k) a.C.

Explicação
1Cr 1:4
Os filhos de Noé. Essa expressão não se acha no texto hebraico; essa omissão forma um paralelo com a lista dos reis da Assíria. Os leitores do cronista teriam sabido que estes eram os filhos de Noé, e não precisariam do aviso do grau de parentesco; a Septuaginta (tradução do AT em grego) e a maioria das traduções atuais acrescenta a expressão para esclarecer o relacionamento.


D. Morte de Lameque (777 anos)
2324 a. C.

Gênesis 5:30-31
Depois que Noé nasceu, Lameque viveu 595 anos e gerou outros filhos e filhas.
Viveu ao todo 777 anos e morreu.

E. Morte de Matusalém (969 anos)
2319 a. C.

Depois que gerou Lameque, Matusalém viveu 782 anos e gerou outros filhos e filhas.
Viveu ao todo 969 anos e morreu.
Explicação
Gn 5:27
969 anos. Somente Noé e sua família sobreviveram ao dilúvio. Se forem literais as cifras que dizem respeito à idade deles, Matusalém morreu no ano do dilúvio (as cifras dos v. 25,28 e 7:6 somas exatamente 969).


F. A entrada na arca
2319 a.C.

Gênesis 6:22
22 Noé fez tudo exatamente como Deus lhe tinha ordenado.

1 Então o Senhor disse a Noé: "Entre na arca, você e toda a sua família, porque você é o único justo que encontrei nesta geração.
2 Leve com você sete casais de cada espécie de animal puro, macho e fêmea, e um casal de cada espécie de animal impuro, macho e fêmea,
3 e leve também sete casais de aves de cada espécie, macho e fêmea, a fim de preservá-las em toda a terra.
4 Daqui a sete dias farei chover sobre a terra quarenta dias e quarenta noites, e farei desaparecer da face da terra todos os seres vivos que fiz".
5 E Noé fez tudo como o Senhor lhe tinha ordenado.
6 Noé tinha seiscentos anos de idade quando as águas do Dilúvio vieram sobre a terra.
7 Noé, seus filhos, sua mulher e as mulheres de seus filhos entraram na arca, por causa das águas do Dilúvio.
8 Casais de animais grandes, puros e impuros, de aves e de todos os animais pequenos que se movem rente ao chão
9 vieram a Noé e entraram na arca, como Deus tinha ordenado a Noé.

Explicação
Gn 6:22
fez tudo exatamente como Deus lhe tinha ordenado. O relato ressalta a obediência de Noé (v. 7:5, 9, 16).

Gn 7:1
Entre na arca. Começo da última palavra que Deus dirigiu a Noé antes do dilúvio. A primeira que ele dirigiu após o dilúvio inicia-se de modo semelhante: “Saia da arca” (8:15).
Justo. Como “pregador da justiça” (2Pe 2:5), Noé advertiu os de sua época acerca do juízo vindouro e deu testemunho da vitalidade da fé que nutria (v. Hb 11:7)

Gn 7:2
sete casais de cada espécie de animal puro [...] e um casal de cada espécie de animal impuro. Os animais impuros apenas precisariam reproduzir-se após o dilúvio, mas os puros também seriam necessários para os holocaustos que Noé sacrificaria (v. 8:20) e para servir de alimento (9:3).
Gn 7:4
quarenta dias e quarentas noites. Período que muitas vezes caracterizou um momento importante na história da redenção (cf. v. 12; Dt 9:11; Mt 4:1-11).

Gn 7:7
entraram na arca, por causa das águas. Noé e sua família foram salvos, mas a vida normal continuava para todos os outros, até ser tarde demais (v. Mt 24:37-39).


G. O dilúvio
1) Começa a chover
2319 a.C.

10 E depois dos sete dias, as águas do Dilúvio vieram sobre a terra.
11 No dia em que Noé completou seiscentos anos, um mês e dezessete dias, nesse mesmo dia todas as fontes das grandes profundezas jorraram, e as comportas do céu se abriram.
12 E a chuva caiu sobre a terra quarenta dias e quarenta noites.
13 Naquele mesmo dia, Noé e seus filhos, Sem, Cam e Jafé, com sua mulher e com as mulheres de seus três filhos, entraram na arca.
14 Com eles entraram todos os animais de acordo com as suas espécies: todos os animais selvagens, todos os rebanhos domésticos, todos os demais seres vivos que se movem rente ao chão e todas as criaturas que têm asas: todas as aves e todos os outros animais que voam.
15 Casais de todas as criaturas que tinham fôlego de vida vieram a Noé e entraram na arca.
16 Os animais que entraram foram um macho e uma fêmea de cada ser vivo, conforme Deus ordenara a Noé. Então o Senhor fechou a porta.
17 Quarenta dias durou o Dilúvio sobre a terra, e as águas aumentaram e elevaram a arca acima da terra.
18 As águas prevaleceram, aumentando muito sobre a terra, e a arca flutuava na superfície das águas.
19 As águas dominavam cada vez mais a terra, e foram cobertas todas as altas montanhas debaixo do céu.
20 As águas subiram até quase sete metros acima das montanhas.
21 Todos os seres vivos que se movem sobre a terra pereceram: aves, rebanhos domésticos, animais selvagens, todas as pequenas criaturas que povoam a terra e toda a humanidade.
22 Tudo o que havia em terra seca e tinha nas narinas o fôlego de vida morreu.
23 Todos os seres vivos foram exterminados da face da terra; tanto os homens, como os animais grandes, os animais pequenos que se movem rente ao chão e as aves do céu foram exterminados da terra. Só restaram Noé e aqueles que com ele estavam na arca.
24 E as águas prevaleceram sobre a terra cento e cinqüenta dias.

Explicação
Gn 7:13
Noé e seus filhos [...] com sua mulher e com as mulheres de seus três filhos. “... Apenas algumas pessoas, a saber, oito...” (1Pe 3:20; v.2Pe 2:5) sobreviveram ao dilúvio.

Gn 7:14
todos os animais selvagens [...] rebanhos domésticos [...] seres vivos que se movem rente ao chao [...] criaturas que tem asas.  Quatro das cinco categorias de seres animados mencionadas em 1:21-25. A quinta categoria - dos animais marinhos - poderia permancer com vida fora da arca.

Gn 7:16
Deus ordenara a Noé [...] o Senhor fechou a porta. “Deus” deu a ordem, mas no seu papel de “Senhor ” redentor (Ex 6:6) fechou a porta atrás de Noé e sua família. Nenhum outro nome de Deus é mencionado no restante do cap. 7, quando a plena fúria do dilúvio foi desencadeada contra a humanidade pecaminosa.

Gn 7:20
quase 7 metros acima das montanhas. A arca tinha 13,5 m de altura (6:15), de modo que as águas tinham profundidade suficiente para impedir que ela encalhasse.

Gn 7:22
fôlego da vida. A dádiva outorgada por Deus na criação (v. 1:30; 2:7) foi retirada por causa do pecado.


2) Cessa a chuva

1 Então Deus lembrou-se de Noé e de todos os animais selvagens e rebanhos domésticos que estavam com ele na arca, e enviou então um vento sobre a terra, e as águas começaram a baixar.
2 As fontes das profundezas e as comportas do céu se fecharam, e a chuva parou.
3 As águas foram baixando pouco a pouco sobre a terra. Ao fim de cento e cinqüenta dias, as águas tinham diminuído,

Explicação
Gn 8:1
Até aqui, a narrativa do dilúvio tem sido um relato de condenação; daqui em diante é uma história de redenção.
Deus lembrou-se de Noé. Embora Deus não tivesse sido mensionado depois de 7:16, nem tivesse havido recado da parte dele durante 150 dias (v. 7:24), não se esquecera de Noé e de sua família. “Lembrar-se” na Bíblia, não é meramente voltar a ter consiência de; é expressar solicitude por alguém, tratando essa pessoa com cuidado amoroso. Quando Deus se lembra de seu povo, ele o faz em consideração e “bondade” (Ne 5:19; 13:31).
vento. A palavra hebraica traduzida por “Espírito” em 1:2 é aqui traduzida por “vento” , e introduz uma série de pararelos (quanto à ordem literária) entre os acontecimentos dos caps 8 e 9 e os do cap 1. Cp. 8:2 com 1:7; 8:5 com 1:9; 8:7 com 1:20; 8:17 com 1:20; 8:17 com 1:25; 9:1 com 1:28a; 9:2 com 1:28b; 9:3 com 1:30. O cap 1 diz respeito ao começo de tudo, ao passo que os caps 8 e 9 referem-se a um recomeço após dilúvio.


3) As águas diminuem, e a arca descansa

4 e, no décimo sétimo dia do sétimo mês, a arca pousou nas montanhas de Ararate.
Explicação
Gn 8:4
montanhas. A palavra está no plural e se refere a uma cadeia de montanhas.
Ararate. O nome relaciona-se com a Urartu assíria, que veio a ser um reino vasto e montanhoso (v, Jr 51:27; v. Tb. Is 37:38), abrangendo boa parte do território ao norte da Mesopotânia e a leste da atual Turquia. A arca provavelmente aterrisou ao sul de Urartu.


4) Aparecem os cumes dos montes

5 As águas continuaram a baixar até o décimo mês, e no primeiro dia do décimo mês apareceram os topos das montanhas.

5) O corvo, a pomba e a folha
Gênesis 8:6-12
6 Passados quarenta dias, Noé abriu a janela que fizera na arca.
7 Esperando que a terra já tivesse aparecido, Noé soltou um corvo, mas este ficou dando voltas.
8 Depois soltou uma pomba para ver se as águas tinham diminuído na superfície da terra.
9 Mas a pomba não encontrou lugar onde pousar os pés porque as águas ainda cobriam toda a superfície da terra e, por isso, voltou para a arca, a Noé. Ele estendeu a mão para fora, apanhou a pomba e a trouxe de volta para dentro da arca.
10 Noé esperou mais sete dias e soltou novamente a pomba.
11 Ao entardecer, quando a pomba voltou, trouxe em seu bico uma folha nova de oliveira. Noé então ficou sabendo que as águas tinham diminuído sobre a terra.
12 Esperou ainda outros sete dias e de novo soltou a pomba, mas desta vez ela não voltou.

Explicação
Gn 8:11
a pomba voltou [...] em seu bico uma folha nova de oliveira. As oliveiras não crescem em lugares elevados, e a folha nova era sinal para Noé que não havia mais água. O símbolo da paz da atualidade - uma pomba com um ramo de oliveira no bico - tem origem nesta história.


6) Noé percebe que a terra secou
2318 a. C.

13 No primeiro dia do primeiro mês do ano seiscentos e um da vida de Noé, secaram-se as águas na terra. Noé então removeu o teto da arca e viu que a superfície da terra estava seca.
Explicação
Gn 8:13
primeiro  dia do primeiro mês do ano 601 da vida de Noé. A fórmula da data assinala o novo começo da humanidade após o dilúvio.


H. Saem todos da arca por ordem de Deus

14 No vigésimo sétimo dia do segundo mês, a terra estava completamente seca.
15 Então Deus disse a Noé:
16 "Saia da arca, você e sua mulher, seus filhos e as mulheres deles.
17 Faça que saiam também todos os animais que estão com você: as aves, os animais grandes e os animais pequenos que se movem rente ao chão. Faça-os sair para que se espalhem pela terra, sejam férteis e se multipliquem".
18 Então Noé saiu da arca com sua mulher e seus filhos e as mulheres deles,
19 e com todos os animais grandes, todos os animais pequenos que se movem rente ao chão e todas as aves. Tudo o que se move sobre a terra saiu da arca, uma espécie após outra.

Explicação
Gn 8:14
vigésimo sétimo dia do segundo mês. Mais de um ano depois do começo do dilúvio (v.7:11)


TERCEIRA DISPENSAÇÃO: GOVERNO HUMANO
I. O arco íris e a aliança entre Deus e Noé
2318 a.C.

20 Depois Noé construiu um altar dedicado ao Senhor e, tomando alguns animais e aves puros, ofereceu-os como holocausto, queimando-os sobre o altar.
21 O Senhor sentiu o aroma agradável e disse a si mesmo: "Nunca mais amaldiçoarei a terra por causa do homem, pois o seu coração é inteiramente inclinado para o mal desde a infância. E nunca mais destruirei todos os seres vivos como fiz desta vez.
22 "Enquanto durar a terra, plantio e colheita, frio e calor, verão e inverno, dia e noite jamais cessarão".

8 Então disse Deus a Noé e a seus filhos, que estavam com ele:
9 "Vou estabelecer a minha aliança com vocês e com os seus futuros descendentes,
10 e com todo ser vivo que está com vocês: as aves, os rebanhos domésticos e os animais selvagens, todos os que saíram da arca com vocês, todos os seres vivos da terra.
11 Estabeleço uma aliança com vocês: Nunca mais será ceifada nenhuma forma de vida pelas águas de um dilúvio; nunca mais haverá dilúvio para destruir a terra".
12 E Deus prosseguiu: "Este é o sinal da aliança que estou fazendo entre mim e vocês e com todos os seres vivos que estão com vocês, para todas as gerações futuras:
13 o meu arco que coloquei nas nuvens. Será o sinal da minha aliança com a terra.
14 Quando eu trouxer nuvens sobre a terra e nelas aparecer o arco-íris,
15 então me lembrarei da minha aliança com vocês e com os seres vivos de todas as espécies. Nunca mais as águas se tornarão um dilúvio para destruir toda forma de vida.
16 Toda vez que o arco-íris estiver nas nuvens, olharei para ele e me lembrarei da aliança eterna entre Deus e todos os seres vivos de todas as espécies que vivem na terra".
17 Concluindo, disse Deus a Noé: "Esse é o sinal da aliança que estabeleci entre mim e toda forma de vida que há sobre a terra".

1 Deus abençoou Noé e seus filhos, dizendo-lhes: "Sejam férteis, multipliquem-se e encham a terra.
2 Todos os animais da terra tremerão de medo diante de vocês: os animais selvagens, as aves do céu, as criaturas que se movem rente ao chão e os peixes do mar; eles estão entregues em suas mãos.
3 Tudo o que vive e se move lhes servirá de alimento. Assim como lhes dei os vegetais, agora lhes dou todas as coisas.
4 "Mas não comam carne com sangue, que é vida.
5 A todo que derramar sangue, tanto homem como animal, pedirei contas; a cada um pedirei contas da vida do seu próximo.
6 "Quem derramar sangue do homem, pelo homem seu sangue será derramado; porque à imagem de Deus foi o homem criado.
7 "Mas vocês, sejam férteis e multipliquem-se; espalhem-se pela terra e proliferem nela".

Explicação
Gn 8:20
Senhor. Como a adoração é questão muito pessoal, Noé ofereceu seu sacrifício (v. 4:4) a Deus como “Senhor”.
holocausto. V. Lv 1:4.

Gn 8:21
sentiu aroma agradável. Modo figurado de dizer que o Senhor se deleita na adoração que recebe de seus filhos (v. Ef 5:2; Fp 4:18).
amaldicionarei a terra. Embora a palavra hebraica aqui traduzida por “amaldiçoar” seja diferente da utilizada em 3:17, parece haver uma alusão a esta passagem. É possível que o Senhor aqui se comprometesse a nunca mais acrescentar maldição sobre maldição - o que fizera no caso de Caim (4:12).
pois o seu coração é inteiramente inclinado para o mal. Quanto a uma fraseologia quase idêntica , v. 6:5. Por causa da extrema maldade do homem, Deus o destruíra (6:7) com o dilúvio (6:17). Embora o justo Noé e a família tivessem sido salvos, eram descendentes de Adão e carregavam no coração a herança do pecado. Deus promete por misericórdia nunca mais lidar com o pecado enviando um dilúvio tão devastador (v. 9:11,15). A história da humanidade abre-se para Deus lidar com o pecado de modo novo e redentor - o caminho preparado pela atuação de Deus em Babel, o qual começa a desdobrar-se com o chamado de Abrão (12:1).
desde a infância. Essa expressão substitui o “sempre” de 6:5 e ressalta a verdade de que o pecado infecta a vida da pessoa desde a concepção e o nascimento (Sl 51:5; 58:3).

Gn 8:22
Os tempos e as estações , criados por Deus no princípio (v. 1:14), nunca cessarão até o fim da história.

Gn 9:9
Vou estabelecer a minha aliança. De modo soberano nessa aliança, Deus prometeu a Noé, seus descendentes e todos os demais seres vivos (numa espécie de recompensa misericordiosa ao justo Noé, novo pai da espécie humana - v.6:18) nunca mais destruir o homem e a terra antes de cumprir plenamente seus propósitos para a criação (“Enquanto durar a terra”, 8:22). V. compromissos como este por parte de Deus nas alianças com Abraão (15:18-20), com Finéias (Nm 25:10-13) e com Davi (2Sm 7).

Gn 9:11
Nunca mais será ceifada nenhuma forma de vida pelas águas de um dilúvio. Resumo das estipulações da aliança do Senhor com Noé - aliança eterna, como se vê em palavras  e expressões como “nunca mais” (v. 11, 15), “para todas as gerações futuras” (v.12) e “eterna” (v. 16).

Gn 9:12
sinal. O sinal pactual era um selo e uma lembrança visíveis dos compromissos da aliança. A circuncisão viria a ser o sinal da aliança com Abraão (v. 17:11) e o sábado seria o sinal da aliança com Israel no Sinai (v. Ex 31:16-17).

Gn 9:14
arco-íris. Sem dúvida a chuva e o arco-iris existiam muito tempo antes do dilúvio, mas depois dele o arco-íris assumiu nova importância como sinal da aliança com Noé.

Gn 9:1-7
Nesse novo começo Deus renovou a benção inicial (1:28) e a provisão para a alimentação do ser humano (cf. v. 3; 1:29-30). Como o pecado, porém, introduziu a violência no mun do e Deus agora estabeleceu agora a carne como parte da alimentação humana (v.3), são acrescentadas ainda mais disposições e estipulações divinas (v. 4-6). No entanto, a bênção divina domina e abrange todas as coisas (cf. v. 7).

Gn 9:2
estão entregues em suas mãos. Deus reafirmou que a humanidade governaria toda a criação, incluindo os animais.

Gn 9:3
Tudo o que vive e se move servirá de alimento para vocês. A carne passa agora a suplemenar a dieta do homem.

Gn 9:4
não comam com sangue que é vida. Lv 17:14 ressalta a estreita relação entre o sangue e a vida ao declarar duas vezez que “a vida de toda carne é seu sangue”. A vida é a dádiva preciosa e misteriosa de Deus, e o homem não deve buscar preservá-la ou aumentar a força vital dentro de si comendo a “vida” que está no “sangue” (Lv 17:11) -- o que muitos povos pagãos no decurso da história acreditaram que podiam conseguir.

Gn 9:5
A todo que derramar sangue, tanto homem quanto animal, pedirei contas. O próprio Deus é o grande defensor da vida humana (v. 4:9-12), preciosa para ele porque o homem foi criado à sua imagem (v. 6), sendo representante e ponto central terreno do reino de Deus. Na teocracia (reino de Deus*) estabelecida no Sinai, o animal doméstico que tivesse tirado uma vida humana deveria ser apedrejado até a morte (Ex 21:28-32)
*governado por Deus (grifo meu)

Gn 9:6
Quem derramar sangue do homem, pelo homem seu sangue será derramado. Na teocracia posterior, os que cometiam assassinato premeditado deviam ser executados (v. Ex 21:12-14; Nm 35:16-32; v. tb. Rm 13:3-4; 1Pe 2:13-14).
porque a imagem de Deus foi o homem criado. V. 1:26. Ao matar um ser humano, o assassino demonstra desprezo para com Deus e para com o próximo.  


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