2. O traidor é identificado
Mateus 26:20-25
20 Ao anoitecer, Jesus estava reclinado à mesa com os Doze.
21 E, enquanto estavam comendo, ele disse: "Digo-lhes que certamente um de vocês me trairá".
22 Eles ficaram muito tristes e começaram a dizer-lhe, um após outro: "Com certeza não sou eu, Senhor! "
23 Afirmou Jesus: "Aquele que comeu comigo do mesmo prato há de me trair.
24 O Filho do homem vai, como está escrito a seu respeito. Mas ai daquele que trai o Filho do homem! Melhor lhe seria não haver nascido".
25 Então, Judas, que haveria de traí-lo, disse: "Com certeza não sou eu, Mestre! " Jesus afirmou: "Sim, é você".
Explicação
Mt 26:23
comeu comigo do mesmo prato. Era costume – ainda praticado por alguns do Oriente Médio – pegar um pedaço de pão, ou de carne envolto em pão, e mergulhá-lo numa tigela de molho sobre a mesa (feito de frutas cozidas).
há de me trair. Naquela cultura, assim como entre os árabes hoje, comer junto com uma pessoa equivalia dizer: “Sou seu amigo e não lhe farei nenhum mal”. Esse fato tornou o ato de Judas ainda mais desprezível (cf. Sl 41:9).
Marcos 14:17-21
17 Ao anoitecer, Jesus chegou com os Doze.
18 Quando estavam comendo, reclinados à mesa, Jesus disse: "Digo-lhes que certamente um de vocês me trairá, alguém que está comendo comigo".
19 Eles ficaram tristes e, um por um, lhe disseram: "Com certeza não sou eu! "
20 Afirmou Jesus: "É um dos Doze, alguém que come comigo do mesmo prato.
21 O Filho do homem vai, como está escrito a seu respeito. Mas ai daquele que trai o Filho do homem! Melhor lhe seria não haver nascido".
Explicação
Mc 14:17
Ao anoitecer. O início da quinta-feira da Semana da Paixão.
Mc 14:18
comendo, reclinados à mesa. A princípio, a refeição da Páscoa era feita de pé (Ex 12:11), mas nos tempos de Jesus o costume era comê-la na posição reclinada.
Mc 14:21
como está escrito a seu respeito. Jesus, por certo, tinha em mente a passagem do “servo sofredor” em Is 53.
João 13:21-35
21 Depois de dizer isso, Jesus perturbou-se em espírito e declarou: "Digo-lhes que certamente um de vocês me trairá".
22 Seus discípulos olharam uns para os outros, sem saber a quem ele se referia.
23 Um deles, o discípulo a quem Jesus amava, estava reclinado ao lado dele.
24 Simão Pedro fez sinais para esse discípulo, como a dizer: "Pergunte-lhe a quem ele está se referindo".
25 Inclinando-se para Jesus, perguntou-lhe: "Senhor, quem é? "
26 Respondeu Jesus: "Aquele a quem eu der este pedaço de pão molhado no prato". Então, molhando o pedaço de pão, deu-o a Judas Iscariotes, filho de Simão.
27 Tão logo Judas comeu o pão, Satanás entrou nele. "O que você está para fazer, faça depressa", disse-lhe Jesus.
28 Mas ninguém à mesa entendeu por que Jesus lhe disse isso.
29 Visto que Judas era o encarregado do dinheiro, alguns pensaram que Jesus estava lhe dizendo que comprasse o necessário para a festa, ou que desse algo aos pobres.
30 Assim que comeu o pão, Judas saiu. E era noite.
31 Depois que Judas saiu, Jesus disse: "Agora o Filho do homem é glorificado, e Deus é glorificado nele.
32 Se Deus é glorificado nele, Deus também glorificará o Filho nele mesmo, e o glorificará em breve.
33 "Meus filhinhos, vou estar com vocês apenas mais um pouco. Vocês procurarão por mim e, como eu disse aos judeus, agora lhes digo: Para onde eu vou, vocês não podem ir.
34 "Um novo mandamento lhes dou: Amem-se uns aos outros. Como eu os amei, vocês devem amar-se uns aos outros.
35 Com isso todos saberão que vocês são meus discípulos, se vocês se amarem uns aos outros".
Explicação
Jo 13:21
perturbou-se. V. 11:33. Embora soubesse muito de antemão que seria traído por um amigo, Jesus ficou muito aflito com isso.
Jo 13:22
sem saber. O espanto dos discípulos demonstra que Judas tinha mantido em sigilo seus contatos com os chefes dos sacerdotes. Ninguém nutria suspeitas a respeito dele (cf. v. 28), mas todos pareciam pensar que trair seria um ato involuntário (v. Mc 14:19).
Jo 13:23
o discípulo a quem Jesus amava. Considera-se em geral que se trata de João, autor desse evangelho (v. 19:26; 20:2; 21:7,20). Naturalmente, a expressão não significa que Jesus não amava os demais, mas que havia um vínculo especial com esse homem.
reclinado. Num jantar os hóspedes reclinavam-se em divãs, apoiando-se sobre o cotovelo esquerdo, com a cabeça em direção à mesa.
Jo 13:26
Aquele a quem eu der [...] pão molhado no prato. Segundo parece, Judas estava perto de Jesus, talvez no assento de honra. João citou o nome inteiro de Judas ao registrar esse momento sentencioso.
Jo 13:27
Tão logo Judas comeu o pão. O momento decisivo, segundo parece. Se dar o pão a Judas era sinal de honra, parece também ter sido um último apelo – ao qual Judas não aceitou.
Satanás. Em João, esse nome é usado somente aqui (cf. v. 2).
faça depressa. Mais uma vez, as palavras de Jesus mostram seu controle da situação. Morreria por resolução sua e não de seus oponentes.
Jo 13:29
a festa. Cf. v. 1.
aos pobres. V. 12:5.
Jo 13:30
noite. Considerando o realce que João atribuía ao conflito entre a luz e as trevas, essa anotação pode ser mais que uma referência ao horário – também uma referência às trevas na alma de Judas.
Jo 13:31
glorificado. Cf. v. 32. Aqui, a ideia da glória compreende uma referência à morte sacrificial de Jesus na cruz e à salvação dela resultante.
Deus é glorificado nele. A glória do Pai está estreitamente vinculada à do Filho.
Jo 13:34
Um novo mandamento. Em certo sentido era antigo (v. Lv 19:18), mas para os discípulos de Cristo era novo, por ser sinal de fraternidade gerada entre eles pelo grande amor de Cristo por eles (cf. Mt 22:37-39; Mc 12:30-31; Lc 10:27).
Como eu os amei. Nosso padrão é o amor de Cristo por nós.
Jo 13:35
se vocês se amarem. Sinal inconfundível dos seguidores de Cristo (cf. 1Jo 3:23; 4:7-8, 11-12, 19-21).
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