sábado, 16 de março de 2013

A coruja


Uma coruja ao observar os homens filosofou...

Observei os filhos de Adão

Dizem serem dotados de raciocínio, inteligência,

Mas duvido que tenham certeza do que fazem!

Correm para chegar a lugar nenhum,

Buscam o nada,

E tentam encher-se deste vazio.

Andam no escuro

E dormem de dia.

Não respeitam os limites do prazer.

Não compartilham a vida,

Tratam-se sem escrúpulos,

Não se sensibilizam com o verde, o céu, o crepúsculo.

Não percebem o lúdico, o verdadeiro prazer de sentir Deus.

A isto tenho certeza que têm dúvidas.

De sábios nada tem;

Julgam-se espertos, visões e previsões,

Mas matam o futuro próximo, seu amanhã,

Condenando seus próprios descendentes.

Trocam o valor por preço,

E por um papel com marca d’água,

Não hesitam em lançar mão da mágoa.

Suas palavras não são confiáveis,

Suas promessas não cumpridas,

Mas suas línguas compridas...

Seu amar, duvidoso,

Seu interesse gira em torno de si,

Seu lema, seu ego, sua lama.

Perdem-se dentro do pequeno espaço de suas cabeças.

Se ornamentam e não lamentam;

E por debaixo desta couraça, falsa carcaça,

Sem pelos nem penas,

Perdidos estão,

O tempo se vai em vão,

E sem o pé no chão,

Entapetam a terra,

A mesma que gera-lhe a vida;

E por este caminho, seguem sem destino feliz.

 

Mas enquanto vivo,

Espero o brilho da luz,

Luz que não mente,

Aguçar-lhes a mente

A viver livremente,

E assim deixar de estar condenados com eles

A fazer da Terra sem vida,

Um planeta escuro vagando errante.

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