quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

C.S. Lewis – O mais difícil é o mais fácil



Extraído do livro: Um ano com C.S. Lewis – Ed. Ultimato

Original do livro: Cristianismo Puro e Simples – Ed. Martins Fontes



Pergunte aos professores se não é verdade que o aluno mais preguiçoso da classe é o que acaba trabalhando mais no final. O que eles querem  dizer é isso. Se você propuser a  dois alunos, por exemplo, um problema de geometria, o que está preparado para a encarar a encrenca, tentará entendê-lo. O garoto preguiçoso  tentará decorá-lo, porque isso exige menos esforço naquele momento. Mas seis meses depois, quando eles estiverem se preparando para as provas, o preguiçoso  gastará horas e horas de trabalho  para entender o que o outro aluno já havia entendido. A preguiça significa mais trabalho

no final das contas. Ou então, olhe as coisas por esse lado: na batalha ou na escalada de uma montanha, há manobras que exigem muita coragem para se fazer; mas, a longo prazo, também é essa a melhor coisa a ser feita. Se você for covarde ou temeroso, acabará se encontrando, algumas horas mais tarde, em perigo ainda maior. A opção pela covardia é também a mais perigosa.



É o que está acontecendo aqui. O mais temível, quase impossível de se fazer, é entregar todo o seu “eu”, todos os seus desejos e precauções, a Cristo. Mas é bem mais fácil do que estamos tentando fazer no lugar disso. O que estamos tentando fazer é permanecer no que chamamos de “nós  mesmos”, mantendo a felicidade pessoal como nosso grande objetivo na vida,e ainda sim, ao mesmo tempo, ser “bom”. Estamos todos tentando deixar a nossa mente e o nosso coração andarem pelos seus próprios caminhos – centrados no dinheiro, no prazer ou na ambição – e esperando, apesar disso, comportarmo-nos de forma honesta, pura e humilde. E é exatamente isso o que Cristo nos disse que não devemos fazer. Como Ele mesmo disse, um cardo não pode produzir figos.  Se eu sou um campo que não contém nada, a  não ser sementes de grama, não  posso esperar produzir trigo. Corta a grama pode até deixá-la baixa, mas eu continuarei produzindo grama, e não trigo. Se eu quero produzir trigo, a mudança deve ser mais profunda. Devo ser arrancado e replantado.


Nenhum comentário:

Postar um comentário