quinta-feira, 14 de junho de 2012

C.S. Lewis – O Jesus Ressurreto


Extraído do livro: Um ano com C.S. Lewis – Ed. Ultimato
Original do livro: Milagres


Há, eu admito,certos aspectos em que o Cristo ressurreto se assemelha ao “fantasma” da tradição popular. Ele “aparece” e “desaparece”, como um fantasma; portas trancadas não representam obstáculo para ele. No entanto, Cristo mesmo garante, com todo o vigor, que é material (Lc 24:39-40), e come peixe frito (como qualquer outra pessoa). É nesse ponto que o leitor moderno se sente pouco confortável. Mais constrangido fica quando se depara com as palavras: “Não me detenhas; porque ainda não subi para o meu Pai” (Jo 20: 17). Estamos preparados, até certo ponto, para vozes e aparições. Mas o que poderia significar o fato de não podermos tocá-lo? Que negócio é esse de “subir para o Pai”? Ele já não estava “com o Pai”? O que “subir” poderia significar, a não ser uma metáfora para isso? E, se for assim, porque ele “ainda não” fora? Tais embaraços surgem porque a história que os “apóstolos” tinham para contar começa a conflitar, nesse ponto, com a história que esperamos e estamos previamente determinados a ler em sua narrativa.

Esperamos que eles falem de uma vida ressurreta como uma vida puramente “espiritual” não para significar o que é, mas o que não é. Nós imaginamos uma vida sem espaço, sem história, sem ambiente, sem elementos sensoriais nela. No mais profundo dos nossos corações, nós também tendemos a achar defeito na “humanidade” do Jesus ressurreto; tendemos a concebê-lo depois da morte simplesmente como uma divindade que está voltando, como se a ressurreição não passasse de uma reversão da encarnação. Sendo assim, todas as referências ao “corpo” ressurreto nos constrangem; levantam questões complexas.




Devocional ibcu
Pr. Oswaldo Carreiro
http://www.youtube.com/watch?v=4Wnm6CZRFTE&feature=relmfu




Nenhum comentário:

Postar um comentário