10. Mais 18 anos vividos em Nazaré
8-25 * d.C.
Lucas 2:51-52
51 Então foi com eles para Nazaré, e era-lhes obediente. Sua mãe, porém, guardava todas essas coisas em seu coração.
52 Jesus ia crescendo em sabedoria, estatura e graça diante de Deus e dos homens.
Explicação
Lc 2:52
Lucas parece ter tomado por empréstimo as palavras de 1Sm 2:26.
Jesus ia crescendo. Embora Jesus fosse Deus, não há nenhum sinal de que possuísse todo o conhecimento e sabedoria desde o nascimento. Parece ter se desenvolvido como qualquer outro menino.
11. Nascimento de Paulo
C. 10-15 * d.C.
12. César Augusto morre e Tibério começa a reinar
19 de agosto de 14 d. C.
JOÃO BATISTA APRESENTA CRISTO
1. O aparecimento de João Batista
C. abril (r)/ 1º de outubro (k) de 25 d.C.
Mateus 3:1:6
1 Naqueles dias surgiu João Batista, pregando no deserto da Judéia.
2 Ele dizia: "Arrependam-se, porque o Reino dos céus está próximo".
3 Este é aquele que foi anunciado pelo profeta Isaías: "Voz do que clama no deserto: ‘Preparem o caminho para o Senhor, façam veredas retas para ele’ ".
4 As roupas de João eram feitas de pêlos de camelo, e ele usava um cinto de couro na cintura. O seu alimento era gafanhotos e mel silvestre.
5 A ele vinha gente de Jerusalém, de toda a Judeia e de toda a região ao redor do Jordão.
6 Confessando os seus pecados, eram batizados por ele no rio Jordão.
Marcos 1:2-6
2 Conforme está escrito no profeta Isaías: "Enviarei à tua frente o meu mensageiro; ele preparará o teu caminho"—
3 "voz do que clama no deserto: ‘Preparem o caminho para o Senhor, façam veredas retas para ele’ ".
4 Assim surgiu João, batizando no deserto e pregando um batismo de arrependimento para o perdão dos pecados.
5 A ele vinha toda a região da Judéia e todo o povo de Jerusalém. Confessando os seus pecados, eram batizados por ele no rio Jordão.
6 João vestia roupas feitas de pêlos de camelo, usava um cinto de couro e comia gafanhotos e mel silvestre.
Lucas 3:1-6
1 No décimo quinto ano do reinado de Tibério César, quando Pôncio Pilatos era governador da Judéia; Herodes, tetrarca da Galiléia; seu irmão Filipe, tetrarca da Ituréia e Traconites; e Lisânias, tetrarca de Abilene;
2 Anás e Caifás exerciam o sumo sacerdócio. Foi nesse ano que veio a palavra do Senhor a João, filho de Zacarias, no deserto.
3 Ele percorreu toda a região próxima ao Jordão, pregando um batismo de arrependimento para o perdão dos pecados.
4 Como está escrito no livro das palavras de Isaías, o profeta: "Voz do que clama no deserto: ‘Preparem o caminho para o Senhor, façam veredas retas para ele.
5 Todo vale será aterrado e todas as montanhas e colinas, niveladas. As estradas tortuosas serão endireitadas e os caminhos acidentados, aplanados.
6 E toda a humanidade verá a salvação de Deus’".
João 1:6-18
6 Surgiu um homem enviado por Deus, chamado João.
7 Ele veio como testemunha, para testificar acerca da luz, a fim de que por meio dele todos os homens cressem.
8 Ele próprio não era a luz, mas veio como testemunha da luz.
9 Estava chegando ao mundo a verdadeira luz, que ilumina todos os homens.
10 Aquele que é a Palavra estava no mundo, e o mundo foi feito por intermédio dele, mas o mundo não o reconheceu.
11 Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam.
12 Contudo, aos que o receberam, aos que creram em seu nome, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus,
13 os quais não nasceram por descendência natural, nem pela vontade da carne nem pela vontade de algum homem, mas nasceram de Deus.
14 Aquele que é a Palavra tornou-se carne e viveu entre nós. Vimos a sua glória, glória como do Unigênito vindo do Pai, cheio de graça e de verdade.
15 João dá testemunho dele. Ele exclama: "Este é aquele de quem eu falei: Aquele que vem depois de mim é superior a mim, porque já existia antes de mim".
16 Todos recebemos da sua plenitude, graça sobre graça.
17 Pois a Lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por intermédio de Jesus Cristo.
18 Ninguém jamais viu a Deus, mas o Deus Unigênito, que está junto do Pai, o tornou conhecido.
Explicação
Mt 3:1
João Batista. O precursor de Jesus, nascido c.7 a.C., filho de Zacarias, sacerdote, e de Isabel (v. Lc 1:5-80).
deserto da Judeia. Área que se estendia uns 32 km do planalto de Jerusalém — Belém até o rio Jordão e o mar Morto, talvez o lugar em que João morava (cf. Lc 1:80). O povo de Qumran (muitas vezes associado aos rolos do mar Morto) também morava nessa região.
Mt 3:2
Arrependam-se. Operar uma mudança radical na vida como um todo.
o Reino dos céus. Essa expressão acha-se somente em Mt, em que ocorre 33 vezes. Marcos e Lucas referem-se ao “Reino de Deus”, expressão que Mateus emprega apenas 4 vezes. O reino dos céus é a soberania de Deus, tanto uma realidade presente quanto uma esperança futura. A ideia do reino de Deus é fundamental nos ensinos de Jesus, sendo mencionada 50 vezes só em Mt.
Mt 3:3
Todos os três evangelhos sinóticos citam Is 40:3 (Lc cita dois outros versículos) e o aplicam a João Batista.
façam veredas retas para ele. Equivalente a “Preparem o caminho para o Senhor”. A preparação devia ser moral e espiritual.
Mt 3:4
cinto de couro. Usado para cingir as roupas externas, que eram soltas.
gafanhotos e mel silvestre. Um homem que vivesse no deserto não hesitaria em comer insetos, e os gafanhotos contavam entre os alimentos limpos (Lv 11:21-22). Os alimentos, as roupas e o modo de vida singelos de João eram um protesto visual contra a vida regalada.
Mc 1:2-3
no profeta Isaías. A citação que se segue imediatamente provém de Ml 3:1, mas é seguida por outra, de Is 40:3. A compreensão do ministério de Jesus precisa começar no AT. O que Isaías diz a respeito de Deus aplica-se a Jesus, seu Filho (v.1). Os textos citados falam do mensageiro, do deserto e do Senhor, assuntos ressaltados separadamente nos v. 4-8.
Mc 1:4
veio João. Marcos, assim como João, não registra a natividade, mas começa com o ministério de João Batista. João significa “O SENHOR é misericordioso”.
batizando. o hábito de João batizar os que chegassem até ele arrependidos era tão próprio de seu ministério, que ficou conhecido como “Batista”, i.e., “Batizador”.
no deserto. Região árida a oeste domar Morto, entre cujos habitantes estavam os que escreveram e preservaram os rolos do mar Morto.
arrependimento. Implica abandono refletido do pecado a favor da retidão, e o realce que João dispensa ao arrependimento faz lembrar a pregação dos profetas (e.g., Os 3:4-5). Deus sempre concede perdão quando há arrrependimento.
batismo. João pregava o batismo de arrependimento, i.e., que seguia o arrependimento ou era por ele acompanhado. O batismo não era novidade para os ouvintes de João. Conheciam o batismo exigido para os gentios que se convertessem, embora nunca tivessem ouvido dizer que os descendentes de Abraão (os judeus) precisassem arrepender-se e ser batizados.
Mc 1:5
toda [...] todo. Sem dúvida uma hipérbole, denotando o grande interesse despertado pela pregação de João. Durante séculos, Israel não tivera profeta.
rio Jordão. o rio principal da Palestina, que tem seu início nas neves do monte Hermom e que termina no mar Morto. Fica a 32km de Jerusalém no seu ponto mais próximo.
Mc 1:6
pêlos de camelo [...] cinto de couro. Assim se vestiam Elias e os demais profetas (2Rs 1:8; cf. Zc 13:4).
* i.e. significa “isto é”
Lc 3:1-2
Os historiadores muitas vezes datavam um acontecimento citando o ano do reinado do soberano em que
se deu o fato.
Lc 3:1
décimo quinto ano. Essa expessão pode corresponder a várias datas, mas a data 25-26 d.C. (Tibério passou a ter autoridade nas provìncias em 11d.C.) encaixa-se melhor à cronologia da vida de Cristo. Os outros governantes citados não ajudam a fixar com exatidão o início do ministério de João, mas só servem para nos fazer supor o peíodo histórico geral.
Pôncio Pilatos. O prefeito romano que entao governava a Judeia, Samaria e Idumeia.
Herodes, tetrarca da Galileia. Quando Herodes, o Grande, moreu (4 d.C.), seus filhos — Arquelau, Herodes Antipas e Herodes Felipe — receberam a jurisdição sobre seu reino dividido. Herodes Antipas veio a ser tetrarca da Galileia e da Pereia.
Lisânias, tetrarca de Abilene. Nada se sabe a respeito desse Lisânias, senão que seu nome foi encontrado em certas inscrições.
Lc 3:2
Anás e Caifás exerciam o sumo sacerdócio. Anás foi sumo sacerdote de 6 d.C. até ser deposto pelo oficial romano Grato, em 15 d.C. Foi sucedido por seu filho Eleazar, seu genro Caifás e depois por mais quatro filhos. Embora Roma tivesse substituído Anás, os judeus continuavam a reconhecer a autoridade deste (v. Jo 18:13; At 4:6); por isso, Lucas incluiu o nome dele junto com Caifás, a quem os romanos tinham nomeado.
a palavra do Senhor. Fonte da pregação de João e autoridade para batizar. A mensagem de Deus veio a João assim como veio aos profetas do AT (cf. Jr 1:2; Ez 1:3; Os 1:1; Jl 1:1).
deserto. Área desolada e desabitada, não necessariamente lugar arenoso e árido.
Lc 3:3
batismo de arrependimento. O batismo de João representava uma mudança de mentalidade, o que envolve tristeza elo pecado e decisão resoluta de levar uma vida santa.
perdão pelos pecados. Cristo livrariao arrependido da pena do pecado morrendo na cruz.
Lc 3:4
Preparem o caminho. Antes de um rei sair em viagem a um país distente, as estradas por onde passaria eram melhoradas. De modo semelhante, a preparação moral e espiritual para o Messias se fez por meio do ministério de João, que focalizava o arrependimento e o perdão do pecado, além da necessidade de um salvador.
Lc 3:6
toda a humanidade. A salvação divina devia ser divulgada tanto aos judeus quanto aos gentios — assunto dos mais importantes em Lc.
Jo 1:7
como testemunha, para testificar. O ministério singular de João Batista era testificar de Jesus (10:41). "Testificar" e outro conceito importante nesse evangelho. O substantivo ("testemunha" ou testemunho") é usado 14 vezes (em Mateus, nenhuma vez; em Marcos, três vezes; em Lucas, uma só vez), e o verbo ("testificar"), 33 vezes (achado uma vez em Mateus e em Lucas, e nenhuma vez em Marcos) — nos dois casos, muitas vezes mais que em qualquer outro lugar no NT. João (ou autor) friza assim que os fatos no tocante a Jesus são amplamente confirmados.
a fim de que por meio dele todos os homens cressem. As pessoas não deviam crer "em" João Batista mas "or meio" dele. Semelhantemente, o propósito do escritor era levá-las à fé em Cristo (20:31); ele emprega o verbo “crer” 98 vezes.
Jo 1:9
João está se referindo a encarnação de Cristo.
mundo. Outra palavra comum nos escritos de João, encontrada 78 vezes nesse evangelho e 24 em suas cartas (mas apenas 47 vezes em todos os escritos de Paulo). Pode significar o universo, a Terra, as pessoas da Terra, a maioria das pessoas, as pessoas que se opõem a Deus ou sistema humano em oposição aos propósitos divinos. João ressalta essa palavra mediante repetição, e passa, sem explicações de um significado para o outro (v., e.g., 17:5,14,15).
Jo 1:12
deu-lhes o direito. Ser membro da família de Deus só se dá por meio da Graça — dom de Deus (v. Ef 2:8,9). Nunca é uma realização humana, conforme friza o v.13; mesmo assim a dádiva depende da aceitação do homem, como deixam Claro as palavras “receberam” e “creram”.
Jo 1:14
tornou-se. Indica transição; a Palavra existia antes de se tornar homem.
carne. Palavra forte, quase grosseira, que ressalta a realidade da condição humana de Cristo.
viveu entre nós. Vimos a sua glória. A palavra aqui traduzida por “viveu” está relacionada com a palavra que significa "tenda/tabernáculo"; o versículo teria levado os leitores judeus de João a lembrar-se da Tenda do Encontro, que ficou repleto da Glória de Deus (Ex 40:34-35). Cristo revelou sua glória aos seus discípulos mediante os milagres que operou (v. 2:11) e por sua morte e ressurreição.
de graça e de verdade. Os termos hebraicos correspondentes são muitas vezes traduzidos por “amor e fidelidade [inabaláveis]”.
graça. Conceito cristão relevante, embora João jamais volte a empregar a palavra após o prólogo (v.1-18).
verdade. Palavra que João emprega 25 vezes, tendo esreita associação com Jesus, que é a verdade (14:6).
Jo 1:15
exclama. o uso do tempo presente para o verbo revela que a pregação de João Batista ainda soava nos ouvidos das pessoas, embora tivesse sido morto muito antes de esse evangelho ser escrito.
é superior a mim. Nos tempos antigos a pessoa mais velhas recebia respeito, sendo tida como superior à mais jovem. As pessoas teriam em geral atribuído mais respeito a João, por ser mais velho, que a Jesus. João Batista explica que isso é mera aparência, uma vez que Jesus, sendo a Palavra, existia já antes de ter nascido na Terra.
Jo 1:18
o Deus Unigênito. Declaração categórica acerca da divindade de Cristo (cf. v. 1,14).
o tornou conhecido. Às vezes, no AT, registra-se que alguém viu a Deus (e.g., Ex 24:9-11). Contudo também se lê ali que ninguém poderá ver a Deus e viver (Ex 33:20). Desse modo, já que nenhum ser humano pode ver a Deus como Ele realmente é, os que viram na verdade viram-no numa forma assumida temporariamente para a ocasião. Agora, porém, Cristo o tornou conhecido.
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