segunda-feira, 30 de julho de 2012

C.S. Lewis – Conciliando o sofrimento humano com um Deus amoroso


Extraído do livro: Um ano com C. S. Lewis – Ed. Ultimato
Original do livro: O problema do sofrimento

O problema de conciliar o sofrimento humano com a existência de um Deus amoroso é insolúvel se dermos um sentido trivial à palavra “amor” e colocarmos o homem no centro de tudo. Deus não existe por causa do homem. O homem não existe por si mesmo:

“Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque todas as coisas tu criaste, sim, por causa da tua vontade vieram a existir e foram criadas” Ap. 4:11.

Não fomos feitos, em primeira instância, para amar a Deus (embora tenhamos sido feitos para isso também), e sim, para que Deus pudesse nos amar e para que pudéssemos nos tornar objetos do amor divino, sendo capazes de “agradá-lo muito bem”.

Pedir que o amor de Deus se contente conosco seria o mesmo que pedir que Ele deixasse de ser Deus: porque Ele é o que é.

A natureza das coisas diz que o seu amor deveria mesmo ser impelido e repelido por certas máculas que carregamos no nosso caráter atual. Considerando que Deus já nos ama, é preciso que Ele trabalhe para nos tornar dignos do seu amor. Não seria de se esperar, nem nos melhores momentos da nossa vida, que Deus fosse capaz de nos reconciliar com as nossas mazelas atuais

– isso seria tão difícil quanto a mendiga esperar que o rei Cophetua se conformasse com os trapos e a sujeira dela. Ou então, que um cachorro, que tivesse aprendido a amar o homem, esperasse que este fosse tão bom a ponto de tolerar que uma criatura selvagem e cheia de vermes entrasse em sua casa.

O que nós chamamos de “felicidade” não é o fim principal que Deus tem em vista; mas quando formos pessoas do tipo que Ele ame sem impedimento, nós deveremos ficar felizes de fato.




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