sábado, 28 de julho de 2012

C.S. Lewis – Sem exceções


Extraído do livro: Um ano com C. S. Lewis – Ed. Ultimato
Original do livro: Peso de Glória

No que diz respeito aos meus próprios pecados, é bastante segura   (ainda que incerta) a aposta de que minhas desculpas não são tão boas quanto eu imagino; no que diz respeito aos pecados dos outros contra  mim,  é seguro (ainda que incerto) apostar que  suas desculpas  são melhores do que eu imagino. Por isso temos de começar por prestar atenção a tudo que possa mostrar que o outro não merece tanta censura  quanto nós   achávamos. Mas mesmo  se ele se mostrar absolutamente

culpado, continuamos tendo de perdoá-lo;  e ainda que noventa e nove  por  cento  da  sua  culpa aparente  possa  ser  explicada   por  desculpas realmente convincentes, o problema do perdão começa com aquele um por cento de culpa que ainda resta.

Desculpar o que pode realmente ter uma boa desculpa não é caridade cristã,é apenas justiça.

Ser cristão significa perdoar o indesculpável, porque Deus perdoou o indesculpável em você. Isso é duro. Talvez não seja tão duro quanto perdoar uma única, porém, grande injúria. Mas como seríamos capazes de perdoar as persistentes provocações do cotidiano (persistir em perdoar a sogra mandona, o marido tirano, a esposa implicante, a filha egoísta, o filho salafrário)? Só mesmo, acredito eu, colocando-nos no nosso lugar, dizendo sinceramente o conteúdo das nossas orações noturnas: “Perdoa os nossos pecados, assim como nós perdoamos aos nossos devedores”.
O perdão não nos é oferecido em nenhum outro termo. Recusá-lo significa recusar a graça de Deus para nós mesmos. Não há indícios de exceções, e Deus sabe bem do que está falando.

Nenhum comentário:

Postar um comentário